A tríade Ruralidade-Território-Patrimônio representa uma possibilidade interpretativa na compreensão das expressões contemporâneas da vitivinicultura. É possível identificarmos em determinados territórios, não somente do velho mundo, mas também no novo mundo, em especial no Brasil, uma herança vitivinícola que se expressa entre uma velha e uma nova ruralidade do cultivo da uva, e do fabrico do vinho. Nas últimas décadas, o sul do estado Minas Gerais/Brasil, tem desenvolvido cultivares de videiras com objetivo de produção de vinhos finos, associado ao movimento de modernização e profissionalização da produção vitivinícola. Mas, não podemos negligenciar a tradição da cultura do vinho no sul de Minas Gerais, desenvolvida desde o início do século XX. Defendemos então, da existência de um Patrimônio Territorial do Vinho enquanto expressão de uma ruralidade associada a vitivinicultura. A pesquisa de campo nos municípios mineiros de Caldas e Andradas, com entrevistas aos produtores artesanais e produtores de escala industrial, com visitação às cantinas e vinícolas, indicam que as expressões contemporâneas da vitivinicultura são forjadas na coexistência e tensões entre a uma produção artesanal de vinhos de mesa,  e a produção moderna de vinhos finos.