Resumo: A população da ilha do Fogo, em Cabo Verde, mostra uma relação peculiar com o território, dado que a eminência do risco vulcânico é uma realidade diária. Autores como Ribeiro (1998) e Nascimento, Moreno-Medina, Rodrigues, & Herculano (2016) apresentam estudos com interesse para a compreensão das erupções de 1951, 1995 e 2014/2015.

Esta comunicação centra-se em torno de dois objetivos principais: por um lado, pretende-se apresentar os resultados de um trabalho de investigação científica (2016), onde se estudou a resposta da população local à última erupção vulcânica (de novembro de 2014 a fevereiro 2015), em termos de resiliência sócio-comunitária (Lourenço, 2015). Por outro lado, também se pretende discutir de que forma este estudo de caso pode contribuir para a interação didática de domínios curriculares, nomeadamente os que dizem respeito ao tema da “população e povoamento” e ao tema dos “riscos, ambiente e sociedade” (Nunes, Almeida e Nolasco, 2013/2014).

No que diz respeito à metodologia do trabalho de campo, este baseou-se na observação direta, com registo das informações em diário de campo, bem como na narrativa biográfica de afetados, por meio de questionários por entrevista. A discussão didática foi realizada a partir de uma reflexão analítica, em estreita relação com práticas empíricas em contexto de sala de aula.

Em suma, pode-se constatar que a investigação científica em geografia é essencial para a atualização e aprofundamento dos conteúdos programáticos, assim como para pensar aplicações didáticas transversais a vários domínios curriculares.

Palavras-chave: Ensino da Geografia; Riscos; Ilha do Fogo; Cabo-Verde.