XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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CONDICIONANTES AMBIENTAIS E SOCIOECONÓMICAS DA QUALIDADE DE VIDA URBANA PROPOSTA DE MODELO DE AVALIAÇÃO APLICADA AO CONCELHO DE CASCAIS
Jorge Miguel Santos, Eduarda Marques da Costa

Última alteração: 2018-12-11

Resumo


Qualidade de Vida (QV) passou a ser tema central de um conjunto de modelos e instrumentos desenvolvidos com o intuito de avaliar o impacto de medidas implementadas, através de um processo de monitorização a parâmetros que se definam como determinantes para a QV das pessoas. O contexto específico dos espaços urbanos apresenta desafios complexos ao nível do planeamento, nomeadamente no que concerne a criar condições propícias a qualidade de vida para todos, ou pelo menos, para a grande maioria dos seus habitantes. É precisamente neste enquadramento que surge o trabalho a apresentar, pretendendo este constituir-se como um guia para desenvolvimento de um modelo de avaliação e monitorização de um conjunto de condicionantes inerentes aos espaços urbanos, com impacto sobre a QV dos seus residentes. No âmbito do modelo de Qualidade de Vida Urbana (QVU) a propor, e a fim de demonstrar a sua estrutura operativa, este deverá servir-se dos dados disponíveis no INE e disponibilizados pela Câmara Municipal para sua aplicação ao município de Cascais. Numa primeira fase, de enquadramento conceptual, procedeu-se à identificação de um conjunto de condicionantes socioeconómicas, e ambientais (naturais e construídas) inerentes ao espaço urbano, que viessem a integrar o modelo, enquanto determinantes de QVU. Deste processo resultou a constituição de um Índice de QVU (IQVU), composto por doze condicionantes: Qualidade do ar, Ruído, Espaços Verdes, Habitação, Redes e Transportes, Saúde, Educação, Lazer, Emprego, Densidade urbana, Criminalidade, Governança. Ao nível operativo, foi então desenvolvida uma metodologia para a avaliação destas condicionantes, tendo por base dados recolhidos, e medições efetuadas sobre as mesmas. Por forma a que os resultados das referidas avaliações viessem a adquirir significado no âmbito de QVU, foi criada uma escala qualitativa que viesse a permitir a conversão dos resultados obtidos nas avaliações sobre as condicionantes, em impacto sobre QVU. A nível territorial, foi proposto que a mesma metodologia incidisse sobre unidades intraconcelhias, de modo a que o produto final do modelo pudesse representar, sob a forma cartográfica, a variação espacial que os resultados dessas avaliações, e o seu consequente impacto sobre QVU, viessem a adquirir no interior do território concelhio, identificando assim locais com maior ou menor QVU. Será ainda efetuada uma discussão relativamente à aplicabilidade do modelo, nomeadamente sobre a sua utilidade no processo de decisão em planeamento, considerando aquelas que se julgam ser as suas potencialidades enquanto instrumento de monitorização e de produção continuada de diagnósticos sobre QVU, a escalas mais localizadas, e/ou ao nível do município.

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