XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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A AMBIVALÊNCIA DO ARTESANATO COMO RECURSO TURÍSTICO - ALDEIAS HISTÓRICAS DE PORTUGAL
António José Costa Alves Gonçalves

Última alteração: 2018-12-13

Resumo


Considerando que um dos pilares do desenvolvimento rural assenta no potencial endógeno numa ótica de mobilização e valorização inteligente dos recursos (Moreira e Reis, 2017), o artesanato deverá ser integrado, de forma, estratégica, na estruturação da oferta turística em espaço rural. Para além das componentes culturais e histórico-patrimoniais, traduzidas pelos fatores de identidade e memória, podem associar-se-lhe, igualmente, valências no âmbito da animação e promoção turistica. Estas emergem pela necessidade de conhecimento e interpretação das produções artesanais, facilitadoras da melhor interação entre os artesãos ou comerciantes e os visitantes/turistas. Este trabalho, tendo por base territorial as Aldeias Históricas de Portugal, pretende aferir o nível de valorização do recurso artesanato enquanto fator agregador e promotor da imagem desta rede de aldeias. Na prossecução deste objetivo, foi contemplada a revisão bibliográfica associada à temática, podendo destacar-se a legislação nacional (Decreto-Lei n.º 41/2001 que define o estatuto do artesão e da unidade produtiva artesanal), bem como a referente à experiência de desenvolvimento rural do Programa LEDER. Foram efetuadas visitas a dez postos de turismo das Aldeias Históricas de Portugal tendo sido aplicado um inqérito aos seus colaboradore(a)s e realizadas entrevistas a três artesãs. Da análise da informação coligida pode inferir-se que o artesanato tem uma presença ainda incipiente nas Aldeias Históricas de Portugal, marcada por uma linha estética fiel à tradição e por propostas mais inovadoras assentes na criatividade e participação das comunidades locais. Como corolário desta reflexão, poderá afirmar-se que será desejável assegurar, a curto prazo, a continuidade dos saber-fazer tradicionais observados (p.e. adufes, bonecas marafonas e trabalhos em baracejo) junto dos mais jovens e integrar, definitivamente, esta oferta genuína e poderosa, em termos de design, em linhas de merchandising da Rede das Aldeias Históricas de Portugal.

PALAVRAS-CHAVE: artesanato; rede; merchandising


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