XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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ACTIVIDADES SOCIOECONÓMICAS E DESENVOLVIMENTO EM REGIÕES DE FRONTEIRA DA GUINÉ-BISSAU
Fernando Lagos Costa

Última alteração: 2018-10-23

Resumo


Em vários sectores da fronteira da Guiné-Bissau ocorrem deslocações regulares das populações entre países vizinhos para a realização de actividades agro-pecuárias, compra ou venda de produtos, participação em actos sociais ou aquisição de serviços. Este estudo tem como objectivo avaliar a importância destas actividades no desenvolvimento das regiões transfronteiriças da Guiné-Bissau, nos sectores norte, com o Senegal, e leste e sudeste com a Guiné-Conacri. Para tal, foi recolhida informação socioeconómica in situ e realizados inquéritos, visando analisar as condições de aquisição de bens e serviços e avaliar os motivos das deslocações entre países limítrofes. Paralelamente, foram efectuados registos de tráfego em locais seleccionados ao longo das principais estradas internacionais. Os resultados mostram que existe uma grande facilidade nas deslocações ao estrangeiro, em particular devido à afinidade étnica, cultural e linguística entre os três países vizinhos e à inexistência de acidentes naturais relevantes na linha de fronteira. Estes aspectos associados à atractividade do comércio e dos serviços reflectem-se na frequente mobilidade transfronteiriça das populações com impacto na melhoria das acessibilidades e no desenvolvimento das regiões fronteiriças. No seu conjunto, a fronteira não constitui uma barreira à circulação, mas o volume de mercadorias e os movimentos de populações são particularmente condicionados pelo tipo e qualidade das estradas. O transporte de mercadorias e o movimento de pessoas, são frequentes em toda a fronteira da Guiné-Bissau, embora mais frequentes a norte, com o Senegal. Este país é um dos mais desenvolvidos da região e desempenha um papel económico mais relevante do que a Guiné-Conacri. O Senegal polariza mais deslocações da população da Guiné-Bissau, sobretudo para aquisição de bens escassos, trocas comerciais a preços mais vantajosos, ou procura de serviços específicos. Estas actividades contribuem para o maior desenvolvimento das regiões do sector norte da fronteira.

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