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Obesidade infantil nas freguesias urbanas (centrais e periféricas) do município de Coimbra
Última alteração: 2018-12-11
Resumo
Portugal apresenta uma das mais elevadas taxas de obesidade infantil da Europa. A obesidade infantil constitui uma das principais preocupações de saúde pública e a evidência indica que é particularmente elevada em contextos urbanos devido, entre outros aspetos, à perceção de (in)segurança dos pais relativamente à sua vizinhança, o que poderá impedir as crianças de brincar na rua e ter níveis de atividade física adequados. O principal objetivo deste trabalho foi analisar o impacto que as perceções dos pais relativamente à sua vizinhança têm no peso das crianças tendo em conta a localização da sua residência (centro ou periferia urbana). A amostra consistiu em 1493 crianças residentes no município de Coimbra classificadas em crianças com “peso normal” ou crianças com “excesso de peso/obesas”. Os pais providenciaram o nome da freguesia em que residiam assim como o seu próprio peso, altura e escolaridade. Responderam também a um questionário sobre a perceção da sua vizinhança e a prática de atividade física de seus filhos. Comparam-se as proporções de crianças com “peso normal” ou “sobrepeso/obesas” de acordo com as restantes variáveis em estudo e freguesia de residência. No grupo de crianças residente nas freguesias do centro urbano observou-se maior proporção de obesidade em raparigas, cujos pais tinham baixo nível socioeconómico e concordavam plenamente que a sua vizinhança era insegura para caminhar, mesmo durante o dia. No grupo residente na periferia urbana apenas o peso da mãe diferenciava de forma estatisticamente significativa as crianças com “peso normal” das crianças com “excesso de peso/obesidade”. No geral, a perceção dos pais relativamente ao território de residência, poderá determinar o peso das crianças, especificamente nos centros urbanos. Estes resultados devem ser tidos em consideração no desenvolvimento de estratégias de planeamento urbano saudável, com especial enfoque na criação de cidades “amigas” das crianças.
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