XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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REGIMES BIOCLIMÁTICOS NA ESTIMATIVA E NA ESPACIALIZAÇÃO DA POTENCIALIDADE DE OCORRÊNCIA DA VEGETAÇÃO: UMA PROPOSTA METODOLÓGICA PARA O ORDENAMENTO TERRITORIAL NO SEMIÁRIDO DA PARAÍBA/BRASIL
Eduardo Rodrigues Viana de Lima

Última alteração: 2018-06-13

Resumo


É recorrente na literatura encontrar diferentes propostas de base climática e biogegráfica como as de Köppen (1936) e Walter (1977), que tem por finalidade identificar áreas de ocorrência das diversas formações vegetais. Na maioria das vezes, tais propostas têm por motivação revelar a potencilidade de ocorrência da vegetação levando em consideração aspectos do clima em consonância com a área de predominância de cada tipo de vegetação. Em uma escala mundial elas são utilizadas sem grandes erros, entretanto em uma escala regional, isso se torna mais difícil, dadas as especificidades de cada área estudada. Além disso, boa parte das propostas não levam em consideração os diversos contextos das formações superficiais, fator este capaz de permitir a ocorrência de uma formação vegetal em função da disponibilidade hídrica. No caso da vegetação de caatinga as peculiaridades climáticas das regiões semiáridas nordestinas, área onde ela predomina no Brasil, aliado ao processo de uso e ocupação do solo, proporcionam um mosaico de paisagens, diante da escassez hídrica e da perda gradual dos solos. Esses últimos fatores são, sem dúvida, os delimitadores mais expressivos que contribuem para a configuração das diversas fitofisionomias e para a redução da biodiversidade da caatinga. Neste sentido, é importante trabalhar com propostas como a de Cámara (2004), que é capaz de considerar esse contexto tão específico de forma a contribuir para a delimitação e espacialização dessa realidade e colaborar de maneira efetiva para estudos voltados ao ordenamento territorial. Deste modo, considerou-se um método de investigação biogeográfico, capaz de espacializar e classificar a vegetação segundo as unidades denominadas de Regimes Bioclimáticos, cujo fundamento está na combinação de dados texturais das formações superficiais, utilizados no computo do balanço hídrico e do balanço bioclimático. Considera-se que esse método pode fornecer respostas mais precisas de como identificar os diferentes tipos de vegetação no bioma caatinga. Assim, teve-se como foco conhecer melhor o potencial de ocorrência da caatinga, utilizando para isso o método supracitado. Para validação da proposta, o método foi aplicado no município do Congo, no semiárido da Paraíba, Brasil. Os resultados mostram que o detalhamento obtido foi maior, demonstrando a efetividade do método ao quantificar e apontar que a vegetação está bem adaptada, não só ao clima, mas às diferentes condições das formações superficiais.


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