XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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A IMPORTÂNCIA DOS MODELOS PROSPETIVOS NA GESTÃO E ORDENAMENTO DO TERRITORIO: DINÂMICAS DA OCUPAÇÃO E USO DO SOLO E AVALIAÇÃO PROSPETIVA PARA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO VEZ (1990-2020) (NW PORTUGAL)
Joana Alexandra Fernandes Amorim, Joaquim Mamede Alonso

Última alteração: 2018-06-13

Resumo


A humanidade cria e adapta as paisagens na tentativa de assegurar e melhorar a quantidade, a qualidade e segurança da disponibilidade/acesso aos recursos e condições naturais essenciais ao seu bem-estar(Lambin et al., 2006). A aceleração e as mudançasintensas recentes da ocupação e uso do solo associam-se a alterações dos sistemas socio-ecológicos(Clerici, Paracchini e Maes, 2014; Stellmes et al.,2013) e determinam, em parte, a vulnerabilidade de lugares e pessoas, da economia bem como, o aumento da suscetibilidade aos riscos ambientais(Lambin et al., 2001). A monitorização das mudanças e a avaliação prospetiva de potenciais cenários de desenvolvimento é fundamental para suportar políticas de desenvolvimento, processos de planeamento e ordenamento, de gestão ambiental e práticas operacionais de uso do solo no sentido da sustentabilidade e inteligência territorial.

Entre as abordagens e modelos de avaliação prospetiva de ocupação e uso do solo destacam-seos modelos estatísticos, empírico-estatísticos que podem ser não espaciaiscomo as cadeias de Markov ou  espacialmente explícitos como o land change modeler utilizado neste trabalho. Aabordagem com modelos baseado em agentes é uma técnica poderosa que fornece novos insights sobre os processos e padrões das interações humanas e biofísicas que nunca foram exploradas(Bert et al., 2011; Valbuena et al., 2010).

Este trabalho apresenta como principal objetivo a importância da capacidade de prever as alterações da paisagem sob cenários prospetivos. A metodologia foi testada numa área amostra do projeto IND_CHANGE, a bacia hidrográfica do rio Vez.  Entre o período de 1990-2010 verificam-se como as principais mudanças identificadas:i) o aumento das áreas seminaturais devido aos incêndios florestais; ii) aumento das áreas artificiais; ii) abandono das áreas agrícolas contribuindo para o aumento das áreas de carvalho e outras folhosas; e iv)aumento da área florestal, mas com diminuição das áreas de pinheiro e outras resinosas.

A análise da predição para 2020 demonstrou que as políticas e as opções de gestão do território influenciam as mudanças. Na continuidade das políticas atuais (cenário 1), as áreas agrícolas continuarão a diminuir e as áreas de eucalipto, outras folhosas e áreas sem ou com pouca vegetação irão aumentar. Se as medidas forem direcionadas para o povoamento e dinamização económica (cenário 2) é previsível um aumento das áreas de eucalipto e uma diminuição das áreas seminaturais. No cenário 3 com políticas que implicam o abandono da produção agroflorestal e consequente renaturalização do território verificou-se o aumento das áreas seminaturais e diminuição do pinheiro e da agricultura.

A informação sobre a ocupação e uso do solo associada a modelação prospetiva promove a compreensão dos processos de mudança e as suas implicações constituindo-se como uma base sistema de apoio inovadores aos decisores e responsáveis pela gestão e politicas ligadas á área do solo, áreas protegidas, financiamentos para o sector agrícola e florestal e com vista a.

Palavras-chave: Mudança da ocupação e uso do solo, cenários futuros, Bacia Hidrográfica do rio Vez.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Bert, F. E., Podestá, G. P., Rovere, S. L., Menéndez, Á. N., North, M., Tatara, E., … Toranzo, F. R. (2011). An agent based model to simulate structural and land use changes in agricultural systems of the argentine pampas. Ecological Modelling, 222(19), 3486–3499. https://doi.org/10.1016/J.ECOLMODEL.2011.08.007

Clerici, N., Paracchini, M. L., & Maes, J. (2014). Land-cover change dynamics and insights into ecosystem services in European stream riparian zones. Ecohydrology & Hydrobiology, 14(2), 107–120. https://doi.org/10.1016/j.ecohyd.2014.01.002

Lambin, E. F., Geist, H., Rindfuss, R. R., Alcamo, J., Busch, G., Chhabra, A., … Xu, J. (2006). Land-Use and Land-Cover Change. In E. F. Lambin & H. Geist (Eds.), Land-Use and Land-Cover Change (pp. 1–8).

Lambin, E. F., Turner, B. L., Geist, H. J., Agbola, S. B., Angelsen, A., Bruce, J. W., … Xu, J. (2001). The causes of land-use and land-cover change: moving beyond the myths. Global Environmental Change, 11(4), 261–269. https://doi.org/10.1016/S0959-3780(01)00007-3

Stellmes, M., Röder, A., Udelhoven, T., & Hill, J. (2013). Mapping syndromes of land change in Spain with remote sensing time series, demographic and climatic data. Land Use Policy, 30(1), 685–702. https://doi.org/10.1016/j.landusepol.2012.05.007

Valbuena, D., Verburg, P. H., Bregt, A. K., & Ligtenberg, A. (2010). An agent-based approach to model land-use change at a regional scale. Landscape Ecology, 25(2), 185–199. https://doi.org/10.1007/s10980-009-9380-6

 


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