Última alteração: 2018-06-12
Resumo
A compreensão do património histórico em função das múltiplas transformações urbanas, socioculturais e económicas que marcaram a adaptação a novas dinâmicas das áreas urbanas mais antigas no século XXI é essencial, tendo em conta a pressão do imobiliário e os riscos de turistificação. Neste contexto, são desenvolvidas metodologias que levam em conta as situações complexas em que o património está inserido e que se materializam regra geral num plano de gestão, instrumento orientador de políticas urbanas integradas e de conciliação das demandas do património cultural com as necessidades dos múltiplos usuários.Tendo isto em consideração, este artigo tem como objetivo apresentar a relação da geografia com o instrumento plano de gestão, o qual surge como obrigatório nas diretrizes operacionais da UNESCO desde o ano de 2005 para todas cidades históricas património da humanidade. O estudo de caso é o do primeiro plano de gestão formulado em Portugal, para o centro histórico do Porto, no ano de 2008. Conclui-se que o plano de gestão representa, frente às novas dinâmicas de uma “complex-cidade”, um instrumento que marca compromissos ao planejamento e à gestão das políticas públicas. Entretanto, um dos desafios, numa sociedade fortemente diferenciada por um grande ecletismo de interesses, é conciliar diferentes realidades à luz do processo de transformação - no tempo e no espaço - das políticas de gestão do centro de cidade.