XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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A POSSIBILIDADE DA CRIAÇÃO DE NÚCLEOS DE PESQUISA GEOSSISTÊMICA NO BRASIL: APONTAMENTOS A PARTIR DA GEOMORFOLOGIA
Carlos Eduardo das Neves, Messias Modesto dos Passos, Lúcio Cunha

Última alteração: 2018-06-04

Resumo


A partir de dados bibliométricos extraídos das dissertações e teses desenvolvidas em 58 programas de pós-graduação em Geografia no Brasil, as quais fizeram uso do conceito de geossistema, entre 1971 e 2015, aponta-se que o estudo geossistêmico realizado a nível nacional ocorre(eu) majoritariamente através do subcampo “ambiental”, tendo, todavia, em grande parte das pesquisas, a dinâmica geomofológica como ponto de partida. Assim, tais estudos demonstraram a possibilidade integrativa entre sociedade e natureza surgida com o conceito de geossistema, possuindo no enfoque geográfico-geomorfológico a base estruturadora de suas análises (VITTE, 2011). Indica-se ainda que é por meio de autores ligados ao subcampo da geomorfologia que tem ocorrido importantes reflexões acerca do uso do conceito e, sobretudo, de uma abordagem sistêmica “renovada” junto aos estudos geográficos, conforme observável em Christofoletti (1999), Vicente e Perez Filho (2003) e Ross (2006). Apresentam-se, assim, dois pontos de reflexão aparentemente contraditórios: (1) a trajetória de uso do conceito de geossistema (1971 - 2015) evidencia pouca relação entre programas de pós-graduação de diferentes estados e regiões, especialmente entre os mais recentes; (2) não obstante, há uma multiplicidade de temas abordados nos programas analisados, o que pode favorecer o diálogo entre diferentes pesquisadores. Neste âmbito, objetiva-se realizar uma discussão a respeito da necessidade de interligar a prática investigativa geossistêmica no Brasil. Para isso, indica-se a possibilidade da “criação de distintos núcleos de pesquisa sobre o conceito de geossistema”, o que vem facilitar não somente a escolha de bancas de trabalhos monográficos, mas o desenvolvimento de projetos interinstitucionais sobre o tema. Tal “instrumento - núcleo” apresenta-se, assim, enquanto uma alternativa basilar ao desenvolvimento teórico e prática sobre o tema, dada a possibilidade de cooperação. Enquanto considerações preliminares surgidas com tais instrumentos, avista-se: (1) o crescimento do uso do conceito para análise de distintos ambientes físico-geográficos; (2) o cenário colaborativo de aplicação do geossistema; (3) a troca de experiências dado ao know how dos distintos grupos pesquisa; (4) a valorização do trabalho em rede e do crescimento de grupos interdisciplinares; e (5) a possibilidade de pensar a(s) matriz(es) curricular(es) da Geografia brasileira voltada para a complexidade geográfica nacional. De certo, a criação destes núcleos auxiliará o reconhecimento do complexo paisagístico e ambiental brasileiro por meio de uma abordagem geossistêmica, favorecendo, assim, o debate dialógico sobre o tema.

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