XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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ANÁLISE DA IMAGEM VIRTUAL DAS BERLENGAS ENQUANTO DESTINO TURÍSITICO E RECREATIVO: ENSAIO METODOLÓGICO.
Guilherme Lino Pombal, Ricardo Nogueria Mendes, Catarina Fonseca, Carlos Pereira da Silva

Última alteração: 2018-05-30

Resumo


Existe actualmente uma crescente procura das áreas protegidas para fins turísticos e recreativos o que implica a necessidade de adequar as medidas de gestão destes territórios, uma vez que o seu principal objectivo passa pela conservação dos recursos naturais e culturais que levaram à sua classificação. Este facto por si só não deve significar a ausência de outras actividades humanas, implica sim que sejam devidamente enquadradas e que cumpram as regras estabelecidas.

Na sociedade actual a internet é frequentemente uma das principais fontes de informação sobre destinos turísticos e recreativos, condicionando desde logo comportamentos e contribuindo para a formulação de imagens e expectativas, não sendo as áreas protegidas excepção a esta realidade.

A Reserva Natural da Berlenga, uma Área Protegida criada em 1981 e situada a 7 milhas náuticas do Porto de Peniche, tem conhecido na última década uma crescente procura para fins turísticos e recreativos. Este facto expressa-se não só no crescimento observado do número de visitantes (81 000 em 2017), como no número de operadores marítimo turísticos e empresas de animação turística (28 para o mesmo ano), tornando a visitação um dos factores mais importantes no âmbito da sua gestão.

O presente trabalho pretende explorar a imagem virtual das Berlengas. Neste sentido avaliou-se a imagem deste destino transmitida através dos portais e sítios da internet dos diferentes agentes (operadores turísticos, entidades públicas, etc) que de alguma forma contribuem para a procura e visitação desta reserva.

Procurou-se desta forma determinar se a informação constante na internet transmite as especificidades da ilha que contribuem de alguma forma para as expectativas e comportamentos dos visitantes nomeadamente, o seu estatuto de conservação, valores naturais, condicionantes ou outras especificidades. A partir de buscas dedicadas na internet com a palavra “Berlengas” foram identificados e classificados 34 sítios, dos quais 16 eram de operadores turísticos, 10 funcionavam como blogs ou similares, 5 tinham um carácter institucional, 2 eram de notícias e 1 era dedicado ao Geocaching.

Da base de dados construída de acordo com 11 de critérios de classificação, constata-se que apenas 10 sítios possuem outro idioma para além do Português, o Inglês, havendo 6 que possuíam ainda uma terceira língua. 30 dos sítios possuíam imagens, que no seu conjunto veiculavam o património natural (25) e edificado (21) da ilha, a fauna (18) e a praia (17) geralmente com poucos utilizadores.

Face aos objectivos deste trabalho, pode concluir-se que a ilha da Berlenga é devidamente publicitada como sendo uma Reserva Natural (o que é indicado em 21 sítios), com um vasto património natural onde se podem realizar diversas actividades turísticas. Contudo é ainda necessário dar maior visibilidade em relação aspectos importantes no âmbito da gestão desta reserva, como a capacidade de carga (que é mencionada apenas em 7 sítios) ou o cumprimento de regras básicas de visitação.

Tais medidas podem contribuir para a enquadrar futuras visitas e melhorar a experiência recreativa melhorando a sustentabilidade das berlengas enquanto destino turístico e recreativo.

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