XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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TEMPERATURA E SAÚDE: O CLIMA COMO RESPONSÁVEL PELA EVOLUÇÃO DE DOENÇAS RESPIRATÓRIAS NO DISTRITO DE VISEU
Ana Monteiro, Maria Oliveira Pacheco

Última alteração: 2018-06-06

Resumo


O conceito de vulnerabilidade é alvo de várias abordagens, dependendo da vertente da Geografia, mas ao longo dos anos também tem vindo a adquirir significados diferentes. Este pode ser definido como “o potencial para a perda” (CUTTER, 2011). As temperaturas baixas e os invernos rigorosos que se fazem sentir no nosso país, em especial no interior, associados a altos níveis de humidade, tornam “reconhecido que as variações térmicas acentuadas são determinantes no agravamento de numerosas doenças” (TALAIA et al., 2016), nomeadamente das patologias de foro respiratório, que hoje afetam principalmente a população em idade avançada. Para tal, as cartas térmicas obtidas através do Satélite Landsat 7 e 8 constituíram uma ferramenta muito importante, uma vez que através de imagens diárias (retiradas às 11h locais), nos permitem a medição da temperatura aparente da superfície (ºC), um valor muito superior à temperatura do ar. Estes dados permitem, entre muitas coisas, distinguir o rural do urbano e identificar possíveis ilhas de calor (AMORIM, et al., 2016), sendo que para o caso de estudo foram utilizadas as imagens correspondentes ao inverno e primavera, entre 2001 e 2017. No entanto, para além das fragilidades a que a população poderá ficar exposta a nível climático, também importa conhecer quais outros fatores podem influenciar a sua exposição a determinado risco, neste caso à incidência das doenças respiratórias, nomeadamente fatores de ordem social e económica. Neste sentido, o objetivo principal do estudo passou pela caracterização de Viseu quanto ao seu nível de vulnerabilidade às patologias respiratórias, e que influência tem o seu quadro climático sobre a incidência das mesmas. Assim, foi a partir da criação de um índice de vulnerabilidade do distrito de Viseu, à escala do concelho, que se identificaram as principais áreas de risco. As conclusões gerais que se puderam retirar a partir desta análise foram a existência de uma clara distinção entre o meio rural e o meio urbano, e que há uma relação entre os concelhos que registam mais mortes por patologias respiratórias e os concelhos com temperaturas mais baixas. A partir desta metodologia foi possível saber em que áreas do distrito se devem concentrar os esforços de minimizar o número de casos de doentes com este tipo de problema, tendo em conta que a pneumonia é considerada a quarta principal causa de morte em Portugal, segundo os dados disponibilizados pela Direção Geral de Saúde (DGS).

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