XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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POR UMA EDUCAÇÃO EXISTENCIAL NA CIDADE: PERCEBER, PARTICIPAR E INTERVIR
Ideni Terezinha Antonello, Jeani Delgado Paschoal MOURA

Última alteração: 2018-06-19

Resumo


Este artigo apresenta reflexões sobre a cidade como espaço de aprendizagens sociais, onde é possível criar mecanismos de participação em um cenário de socialização, de vida política e de exercício da cidadania. Os espaços públicos, via de regra, são abandonados pelos seus gestores e pelos próprios habitantes que perdem a identidade com a cidade, vez que esta se configura como lugar de passagem (da moradia ao trabalho, por exemplo), confinando seus cidadãos a hábitos de lazer enclausuladores em shoppings centers, condominíos fechados entre outros espaços privados, pois fora de seus espaços de vida, a esfera pública é percebida pelas lentes do medo e da insegurança. A pedagogia urbana se centra na ideia de participação ativa e efetiva da vida da cidade, pela qual se produz interações complexas que levam a construção da identidade com o lugar, onde os vínculos se reforçam na medida em que os sujeitos desenvolvem o sentimento de pertença e de valorização dos seus espaços de vida, percebidos pelo seu valor de uso e não de seu valor econômico ou de troca. Por meio da pedagogia urbana, procura-se desenvolver metodologias e um conjunto de práticas pedagógicas, no campo da educação formal e não-formal, que encaram a cidade como uma possibilidade educativa, adentrando no campo das atitudes, dos comportamentos e da percepção sobre a cidade, potencializando-a como espaço de luta, de convivência cidadã e de empoderamento mediante conhecimento do lugar e do processo participativo nele centrado. Nesse sentido, defende-se a necessidade de educação no lugar (Buttimer, 2015), o que significa levar as pessoas, por meio de estratégias pedagógicas, a uma consciência reflexiva de suas múltiplas experiências na/da cidade. Como afirma Hillman (1993), cada coisa de nossa vida urbana construída tem uma importância psicológica. Como resultado, é possivel desenhar a cidade como um caleidoscópio social, onde a convivência nos espaços públicos acarreta a participação de sujeitos sociais que se sentem parte da esfera pública, e, por isso, se apropriam desses espaços com o desejo de intervir em sua construção. Conclui-se que a experiência espacial reflexiva coloca as pessoas como mediadoras levando ao comprometimento, ancorado na identidade e na participação social.


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