XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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Parques tecnológicos, políticas de inovação e meio técnico-científico-informacional no Brasil
Rodolfo Finatti

Última alteração: 2018-06-07

Resumo


Em um território de grandes dimensões e diferenças regionais, cuja integração do meio técnico-científico-informacional é incompleta, as aglomerações produtivas respondem com eficiência à seletividade espacial das empresas, representando vantagens logísticas, compartilhamento de custos e relativo fomento empresarial.

Os principais tipos de aglomerações produtivas no Brasil são: distrito industrial, polo industrial, arranjo produtivo local, condomínio empresarial e parque tecnológico (Finatti, 2017) sendo este último, comparativamente, objeto de atenção neste trabalho. Cada tipo apresenta um padrão locacional próprio, atrelado a diferentes momentos e dinâmicas da economia, à divisão territorial do trabalho e à necessidade de diferentes sistemas de gestão (pública ou privada).

A interpretação dos parques tecnológicos, neste contexto, é a atualização de um tradicional debate sobre características das aglomerações produtivas, planejamento do território e atração de empresas. Nossa hipótese é a da indispensabilidade do Estado e da política de inovação, inclusive em empreendimentos privados, confirmando a necessidade indução da aglomeração em um cenário econômico de subdesenvolvimento.

No plano empírico, nosso esforço se orienta para uma análise da distribuição geográfica dos parques tecnológicos brasileiros, evidenciando sua expressiva concentração regional explicada pela densidade do meio técnico-científico-informacional (Santos, 2004) e, conjuntamente, pela estratégia do Sistema Paulista de Parques Tecnológicos (SPTec) traduzida em política territorial de inovação. Essa análise, evidenciada por meio de mapas e da apresentação dos decretos-lei do SPTec, permite uma interpretação face aos fatores de localização classicamente associados às atividades de inovação (Benko, 1996) e como estes se relacionam com a própria formação espacial do país (Santos, 2012).

Agregamos ainda o estudo de caso do Techno Park Campinas, como o primeiro empreendimento privado outorgado como parque tecnológico do SPTec, no qual identificamos 78% das empresas internalizadas (de um total de 62), com algum tipo de atividade de inovação. A análise dos três últimos Relatórios de Ciência, Tecnologia & Inovação (2016, 2017 e 2018) deste empreendimento revela que as atividades de pesquisa operam associadamente em múltiplas escalas, com maior ênfase no regional e no global e mínima importância na escala local (intraparque). Em outras palavras, a importância da proximidade e da escala regional está ligada a fatores operacionais, enquanto os intercâmbios de conhecimento e inovação estão mais ligados à escala internacional.

Por meio deste artigo, esperamos contribuir com o debate sobre os parques tecnológicos tendo em vista a produção e configuração dos territórios, bem como a importância da formulação de políticas públicas para estimular as atividades de pesquisa e desenvolvimento.

Palavras-chave: parque tecnológico, política de inovação, meio técnico-científico-informacional


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