XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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MÉTRICAS ESPACIAIS E SIG COMO INSTRUMENTOS DE ANÁLISE DAS MUDANÇAS NA PAISAGEM. ESTUDO DE CASO NO MUNICÍPIO DA LOUSÃ
Adélia Nobre Nunes

Última alteração: 2018-05-30

Resumo


Em Portugal, à semelhança do assinalado nos países da bacia do mediterrâneo, ocorreram mudanças significativas na paisagem, as quais foram mais repentinas e em larga escala nas últimas décadas. Essas transformações associam-se principalmente a alterações na estrutura e composição da paisagem, decorrentes de mudanças no uso do solo e coberto vegetal, a par da manifestação recorrente de algumas perturbações, como por exemplo os incêndios florestais ou a invasão de espécies exóticas. Assiste-se, assim, à rotura de processos ecológicos, fragmentação e perda de habitats, e com isso à perda de qualidade da paisagem.

A métrica da paisagem tem sido usada na monitorização da paisagem, incluindo mudanças na sua configuração (Peng et al, 2010; Pôcas et al., 2011), avaliação dos impactes da gestão de determinadas atividades humanas (Proulx & Fahrig, 2010), no apoio a decisões de planeamento e conservação da paisagem (Leitão & Ahern, 2002; Sundell-Turner & Rodewald, 2008), na análise da paisagem e fragmentação dos habitats (Zeng & Wu, 2005).

Com o presente trabalho pretende-se analisar, de modo quantitativo, o padrão espacial dos elementos que compõem a paisagem e as respetivas transformações, no município da Lousã, tanto numa perspectiva sincrónica, ou seja através da comparação de diferentes paisagens num dado momento, como diacrónica, ou seja através da comparação da paisagem em diferentes períodos temporais. Para o efeito, são aplicadas algumas métricas da paisagem (métricas de área e de orla, de forma, de agregação/fragmentação e de diversidade) utilizando a extensão Patch analyst do ArcGIS, tendo por base a Carta Agrícola e Florestal de Portugal, de 1971, e a Carta de Ocupação do Solo, de 2010 (Direção Geral do Território). Os resultados obtidos mostram importantes alterações na matriz, dominada na década de 70 por comunidades florestais de Pinus pinaster, e mais recentemente por comunidades arbustivas, com especial destaque para espécies invasoras.


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