XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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USO DO TEMPO E A PRÁTICA DA ACTIVIDADE FÍSICA - UMA PERSPETIVA A PARTIR DOS QUOTIDIANOS DAS FAMILIAS DE RIO DE MOURO – SINTRA
Pedro Duarte Franco, Eduarda Marques da Costa

Última alteração: 2018-06-01

Resumo


Os hábitos e estilos de vida são uma das categorias de determinantes de saúde são os hábitos e estilos de vida dos indivíduos (Dahlgren e Whitehead, 1993). Uma das áreas a promover é a prática de atividade física, cuja relação com um melhor estado de saúde dos indivíduos está comprovada (Warburton et al, 2006; WHO, 2008), salientando-se que a inexistência de prática de atividade física não é apenas um problema dos indivíduos, tendo, também, repercussões sociais, económicas e ambientais (Kohl et al, 2012). Não obstante, a prática cinge-se, geralmente, a uma diminuta parte da população (Miles, 2007). Como razões para este fenómeno estão, por exemplo, as características socioeconómicas da população, movimentos pendulares casa-trabalho distantes e demorados e a utilização ou não do automóvel próprio ou transporte público (Bauman et al, 2012). Mas para executar uma qualquer atividade é necessário existir tempo disponível, logo, a disponibilidade de tempo e o time squeeze são um fator na prática da atividade física, sendo as estruturas de mobilidade e relação entre tempo de trabalho e não trabalho muito complexas (Marques da Costa, 2007, Marques da Costa e Louro, 2010).

Neste trabalho, procura-se verificar em que medida é que a prática de atividade física se enquadra no quotidiano das famílias da freguesia de Rio de Mouro, tendo em conta vários determinantes como as características socioeconómicas dos indivíduos, o tipo de transporte utilizado no seu quotidiano, a sua predisposição para a pratica de atividade física, bem como a forma como o time squeeze influenciam a opção da prática de atividade física. Os resultados mostram a existência de assimetrias na prática de atividade física devido às características socioeconómicas da população, mas não só, também devido ao meio de transporte utilizado nos movimentos pendulares. Quem demonstra maior disponibilidade para incrementar a sua prática de atividade física é já, em geral, praticante desta. Uma leitura mais aprofundada, mostra que prática de atividade física exige um enquadramento na sequência das atividades dos indivíduos e suas famílias ao longo do dia (entendimento do ciclo de vida e tipos de famílias: jovens, ativos com ou sem menores a cargo, reformados, entre outras modalidades), pelo que é frequente que maior prática de atividade física surja associada à utilização do automóvel como modo de deslocação. A opção por espaços interiores e modalidades associadas a ginásio, são ainda outro indicador de adaptação do tempo e da vontade para a prática desportiva a um quotidiano multifuncional e de multilocalizações.


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