XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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O IMPACTE DAS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS NAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES NAS ÁREAS METROPOLITANAS DE LISBOA E PORTO
Mónica Rodrigues, Paula Santana, Alfredo Rocha

Última alteração: 2018-05-28

Resumo


A relação entre as alterações climáticas e a mortalidade já foi demonstrada em inúmeros estudos (Gasparrini et al., 2017). No entanto, poucos se debruçam sobre os efeitos que as condições climáticas podem ter na mortalidade por doenças cardiovasculares, nomeadamente em Portugal. Num contexto marcado pela incerteza futura, as projeções baseadas em cenários têm constituído a abordagem primordial no âmbito da planificação e formulação de políticas. O presente estudo teve como objetivo analisar a relação histórica observada entre a mortalidade e a temperatura ambiente; investigar até que ponto estas estimativas podem ser utilizadas para projetar cenários de riscos futuros, no âmbito das alterações climáticas. Foram usados modelos lineares não lineares de desfasamento distribuído (DLNM) para investigar os efeitos da temperatura na mortalidade por doenças do aparelho circulatório (CID-10: I00-I99), nos períodos de inverno e verão, relativo ao clima atual (1986-2013), médio prazo (2046-2065) e longo prazo (2081-2100), num cenário futuro (RCP8.5), para as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto. Os resultados comprovam, de forma sólida, a existência de um risco relativo (RR) mais elevado durante os meses de inverno, nas duas áreas metropolitanas, em distintos períodos de tempo. Ainda que os resultados obtidos em certos períodos em análise, com referência aos meses do inverno, apresentem um RR>1, os resultados não são significativos. A combinação da informação sobre os dias de desfasamento e o efeito da temperatura, demonstram que em certos períodos de tempo, os valores obtidos para os RR não são significativos durante os meses de verão. As conclusões deste estudo, surgem como recomendações sobre os riscos e políticas de apoio no sentido de mitigar os impactes negativos devido às alterações climáticas nas áreas metropolitanas de Portugal.


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