Esta apresentação configura-se num working in progress, no qual pretendo discorrer sobre alguns dos resultados obtidos com a tese de doutoramento “Trajetórias de Mobilidade Estudantil: Estudantes brasileiros no ensino superior em Portugal”.

De acordo com Castro & Neto (2012), tanto a América Latina quanto o Brasil sempre foram consideradas regiões de baixa receção e elevado envio de estudantes, principalmente para os países da América do Norte e da Europa Ocidental. Neste sentido, pode-se dizer que devido às relações históricas/coloniais entre Brasil e Portugal, a escolha mais “óbvia” para os estudantes brasileiros do ensino superior que pretendiam prosseguir com os seus estudos no exterior, seria a antiga metrópole.

No entanto, se relações existentes entre esses dois países sempre garantiram a mobilidade de uma elite brasileira, que pretendia formar-se sobretudo na Universidade de Coimbra (Santos & Filho, 2012); o que explica o facto de, no chamado “mundo moderno”, o fluxo dos estudantes brasileiros para o ensino superior português se ter intensificado, a ponto de esta comunidade ter-se tornado a maior de estudantes estrangeiros no país a partir de 2008/2009 (ano letivo em que, segundo dados da Direção Geral de Estatística do Ensino Superior em Portugal, verificou-se a supremacia desta comunidade sobre outras)? Quais as motivações que, a partir de então, impulsionaram este estudante para a ação de migrar, e por que Portugal voltou a estar na rota dos estudantes brasileiros do ensino superior?

Baseando-me, portanto, nos dados obtidos através de fontes secundárias de informação, para além do trabalho de campo desenvolvido a partir da tese supracitada, pretendo dar a conhecer alguns dos resultados finais da mesma, que deverá estar concluída até ao fim de 2018.

Palavras-chave: Migrações, Mobilidade Estudantil Internacional, Brasil, Portugal