XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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ANÁLISE ESPÁCIO-TEMPORAL E SIMULAÇÃO DA PROBABILIDADE DE TRANSIÇÃO DO USO E OCUPAÇÃO DE SOLOS AGRÍCOLAS
Cláudia Morais Viana, Jorge Rocha

Última alteração: 2018-05-30

Resumo


Em Fuchs et al. (2014), analisando as alterações do uso e ocupação do solo na Europa, destaca-se o aumento da floresta em detrimento das terras agrícolas. Em Portugal, verifica-se a mesma tendência, confirmando-se marcantes alterações na paisagem agrícola (DGT, 2013). Com este estudo, pretendemos identificar as principais alterações que ocorreram nas áreas agrícolas do maior distrito de Portugal - Beja - que tem a agricultura como pano de fundo económico. Particularmente, analisaram-se as transições espácio-temporais do uso e ocupação do solo com propensão natural ou uso para atividades agrícolas (nomeadamente, “Terras aráveis”, “Olivais”, “Vinhas”, “Outras culturas permanentes”, “Pastagens” e “Áreas agrícolas heterogêneas”) e calculou-se uma matriz de probabilidade de transição para obtenção de um possível cenário futuro das principais transições agrícolas para o ano de 2024, utilizando um Sistema de Informação Geográfica (SIG) e as cadeias de Markov (Iacono et al., 2012). ​​Para avaliar as principais alterações foram utilizados dados CORINE Land Cover (CLC) para os anos de 2000, 2006 e 2012. Os resultados da análise revelam que, em 12 anos, aproximadamente 13% do território sofreu alterações de uso e ocupação do solo. Apesar da diminuição dos solos agrícolas, estes continuam a evidenciar-se no território de Beja, ocupando mais de 67% da área total, com a predominância das “Terras aráveis” que estão dispersas por grande parte deste território. O “Olival” foi o tipo de uso e ocupação agrícola que mais aumentou entre 2000 e 2012 (cerca de 3%). Em relação às futuras transições agrícolas, destaca-se a possível transição de cerca de 13% entre os usos do solo, dos quais 10,5% correspondem a solos agrícolas. O tipo de uso e ocupação do solo agrícola que registará maiores alterações é o “Outras culturas permanentes”, apresentando uma probabilidade de 39% de transitar para outro uso. A metodologia aplicada neste estudo evidenciou a alta aplicabilidade e flexibilidade das Cadeias de Markov, e revelou-se útil para a monitorização e avaliação das alterações de uso e ocupação do solo, bem como para a projeção de tendências futuras.


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