XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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A GEOGRAFIA IBÉRICA (AINDA) NÃO ESTÁ MORTA: REFLEXÕES PARA UMA FORMAÇÂO EM GEOGRAFIA MAIS EFECTIVA
José Muñoz-Rojas

Última alteração: 2018-06-22

Resumo


O desenvolvimento científico e educacional contemporâneo da Geografia Ibérica podeser melhor compreendido com base na aceitação de uma série de paradigmas, às vezes simultâneos,provenientes de contextos diferentes ao Ibérico (Tapiador & Martí-Hanneberg, 2007). Entre osparadigmas dominantes na Ciência Geográfica Europeia nos últimos 100 anos estão a ciênciaAlemã da paisagem, a tradição regional e corográfica Francesa, a geografia quantitativa Britânicae Holandesa e as aplicações ao ordenamento do território e da paisagem em diferentes escalas. Ainfluência dos paradigmas científicos predominantes no desenho da educação Geográfica Ibéricaé inquestionável e afeta todos os níveis educacionais, além da capacidade de desempenho dosGeógrafos profissionais. No entanto, diferenças notáveis podem ser detetadas entre as tradiçõesdo pensamento e investigação geográfica contemporâneas Portuguesa e Espanhola, e até mesmoao nível de diferentes regiões. Estas diferenças reflectem-se nos planos de estudo de Geografia, etambém nos domínios da actividade profissional. O quadro geral é globalmente negativo, como sepercebe pelo recente declínio dos alunos (especialmente, daqueles mais brilhantes) interessadosem exercer profissão como Geógrafos (ANECA, 2004; APG, 2010; CEG, 2010). No entanto, épossível detectar algumas chaves para o sucesso na elaboração de planos e estratégias de formaçãomais efectivas (Muñoz-Rojas et al, 2012). Neste artigo, essas chaves serão tratadas criticamenteatravés dos seguintes pontos: I) Avaliação das principais etapas e escolas científicas eepistemológicas da Geografia Ibérica ao longo dos últimos 100 anos; II) Reflexão do impacto dasdiferentes escolas de pensamento Geográfico na evolução dos currículos Universitários daGeografia durante os últimos 25 anos em Portugal e Espanha; III) Identificação de alguns casosde sucesso e fracasso na elaboração de currículos, e de outros fatores externos, para atrair e formarfuturos Geógrafos profissionais; IV) Esboço de algumas propostas para melhorar a eficiência daGeografia Ibérica quando se trata de atrair (bons) estudantes e formar Geógrafos profissionaisactivos. Finalmente, o objetivo desta discussão é abrir a porta para uma formação GeográficaIbérica, não necessariamente mais uniforme, mas mais forte na sua capacidade para gerar soluçõesmais sustentáveis para os problemas territoriais que as sociedades enfrentam no séc. XXI.

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