XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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A SEGREGAÇÃO SOCIOESPACIAL E O DIREITO À CIDADE
Glória da Anunciação Alves

Última alteração: 2018-06-15

Resumo


O atual contexto  da  reprodução capitalista há uma  avanço de políticas  neoliberais em todo o mundo em que se luta contra a tentativa de perdas de direitos  conquistados, como por exemplo os trabalhistas, que estão sendo retirados sob o argumento da necessidade de adaptação produtiva, econômica e social para garantir a continuidade da produtividade e competitividade no mundo capitalista.  Passa-se hoje por mais uma crise de acumulação e a aparente única saída é de que processos de privatizações e de  reformas trabalhistas são fundamentais para a superação da crise. No caso brasileiro a reforma trabalhista, realizada em 2017, faz com que  o trabalhador de baixa renda passe a viver no limite da sobrevivência. Trata-se de um processo generalizado mas é nas metrópoles  e grandes cidades brasileiras que o fundamento/resultado desse processo, a segregação socioespacial, se vivencia com maior dramaticidade. Essa  é a questão central que procuraremos analisar. Se até anos 90 do século XX a expressão espacial dessa segregação era a expansão das periferias urbanas, marcadas pela precariedade e as vezes inexistência de serviços básicos de saúde, educação, infraestrutura, hoje temos que esses espaços que eram tidos pelos empreendedores imobiliarios como espaços de reserva (ROBIRA, 2005), passam a ser os espaços possíveis para a reprodução do capital. Trata-se de um processo que dialeticamente se constitui a partir da formação de centralidades periféricas que , se de um lado proporcionam a melhoria da vida dos habitantes locais, levando a esses espaços uma potencialidade para a conquista da justiça espacial e a luta pelo direito à cidade, por outro, a partir da chegada de bens sociais e infraestruturais nesses lugares, faz com que os preços do solo urbano aumentem implicando na impossibilidade da permanência da vida para muitos de seus moradores que foram pontas de lança” desse processo de urbanização. Por isso é fundamental discutir conceitualmente a partir de autores como Lefebvre(2008), Harvey(2011), entre outros, a constituição das centralidades periféricas e as novas relações centro periferia. Para isso tomaremos como estudo a transformação de um bairro periférico de São Paulo, Itaquera, que de lugar de trabalhadores pobres passa, a partir de Operações urbanas (O.U.) no caso a O. U. Rio Verde Jacu, a ser novo espaço de investimentos imobiliários , aprofundando a segregação socioespacial ao tornar essa área uma centralidade periferica e fazendo com que novas periferias surjam nos limites da área metropolitana.

Palavras chave- segregação socioespacial, direito à cidade, centralidade periférica.

 

Referências bibliográficas

Carlos, A. F. A.; Alves, G. A.; Padua, R. F. (orgs.)(2017). Justiça espacial e o direito à cidade. São Paulo: Contexto.

Harvey, D. (2011). O enigma do capital e as crises do capitalismo.Lisboa: Bizancio,.

Lefebvre, H.(2008)  O direito à cidade. 5 ed. São Paulo: Centauro.

Tello Robira, R.(2005) “Áreas metropolitanas espaços colonizados”. In: Carlos, A. F. A; Carreras, C. (org.). “Urbanização e mundialização, estudos sobre a metrópole”. Novas abordagens: Geousp, v. 4. São Paulo: Contexto, pp. 9-20.


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