XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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CHEIAS/INUNDAÇÕES NO CENTRO URBANO DE AMARANTE: DEFINIÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS E AVALIAÇÃO DE IMPACTOS
Márcia Castro Martins, Alberto Gomes, Pedro Pinto Santos

Última alteração: 2018-05-31

Resumo


As cheias/inundações são um dos desastres naturais mais importantes no território Europeu (Moel et al., 2009) sendo responsáveis por perdas humanas, económicas e ambientais (EEA, 2017). Atualmente, assiste-se a uma crescente preocupação e consciencialização de várias entidades dos perigos e danos provocados por estes eventos extremos, refletindo-se numa tendência para o aumento dos investimentos que reduzam os seus impactos, bem como, no desenvolvimento de planos e projetos que contribuam para uma eficaz gestão do risco. A nível europeu, um exemplo dos esforços realizados surge com a implementação da Diretiva Comunitária 2007/60/CE que obriga os Estados-Membros a desenvolverem estratégias que mitiguem os efeitos negativos associados às cheias, culminando com a criação dos Planos de Gestão dos Riscos de Inundações (PGRI) (UE, 2007).

Neste estudo, pretende-se analisar as cheias/inundações que frequentemente afetam o centro histórico e urbano da cidade de Amarante, uma realidade histórica que já conta com registos de cheias desde o século XVII. Entre os vários episódios de cheia que atingiram Amarante destaca-se o evento de 21 de março de 2001 devido à elevada magnitude e impactos locais que provocou. Este evento excecional originou vários constrangimentos resultando, sobretudo, em elevados prejuízos económicos que rondaram o valor de 1,3 milhões de euros e cerca de 67 estabelecimentos comerciais afetados (Tedim e Carvalho, 2010).

Neste contexto, considerou-se importante definir as áreas críticas à ocorrência de cheias, recorrendo-se, para isso, à modelação hidráulica efetuada através do software Iber. Com isto, foi possível delimitar diferentes perímetros de inundação associados a períodos de retorno distintos, permitindo a simulação de potenciais cenários. Para além disso, foram obtidos outros parâmetros descritivos da inundação como a altura da coluna de água e a velocidade do fluxo que são componentes essenciais para a avaliação dos impactos. Assim, conclui-se que a modelação de um determinado evento de cheia permite obter dados importantes que possibilitam a criação de cartografia de risco quando associada à caracterização e avaliação dos elementos presentes nas áreas inundáveis. Estes resultados são elementos fundamentais para um adequado ordenamento do território e para auxiliar a definição de medidas ao nível do planeamento de emergência.

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