Atualmente, a crescente utilização do carro, como meio de transporte preferencial em cidades como a de Lisboa (em grande parte devido aos movimentos ligados à força de trabalho), tem um peso considerável no ambiente da cidade. Situação que levanta duas questões: o aumento do número de carros a circular; e uma maior quantidade, distribuição e dimensão dos parques de estacionamento. Ora, isto leva a uma permanência dos automóveis (parados ou em circulação) expostos à radiação solar. Neste sentido, as cores e os materiais de cobertura dos carros são variáveis importantes a ter em conta em estudos de ambiente urbano, uma vez que estas influenciam as temperaturas das coberturas e do interior dos veículos. O objetivo consiste em conhecer as características de reflexão (albedo) dos carros de acordo com sua cor. No dia 7/06/2017, entre as 12:00h e 15:00h, foram realizadas medições de radiação e outros parâmetros meteorológicos (temperatura de superfície dos veículos e do ar, humidade relativa, velocidade e direção do vento), num parque de estacionamento no centro da cidade. Para medir as componentes radiativas de pequeno comprimento de onda solar (K↓ e K↑), foi utilizado um Piranómetro; para as de grande comprimento de onda infravermelho térmico (L↓ e L↑), foi utilizado um Pirgeómetro. Foi medida a radiação sobre o tejadilho de 49 carros, de cores branca, cinzento claro e escuro, preto e vermelho. O primeiro resultado, mostra a diferença entre o valor do albedo entre cores claras e escuras, como se segue: os carros brancos, com valores entre 37-51%; os cinzentos claros entre 19-41%; os de cor preta entre 1-5%; os cinzentos escuros 1-16%; e os carros vermelhos entre 13-21%. Assim, os carros escuros, absorvem muita radiação e refletem pouca e os de cor clara são bastante reflexivos. Então, com a mesma radiação a incidir sobre a superfície de um carro, as temperaturas dos mesmos, variam substancialmente mediante a sua cor.