XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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ESPAÇOS NATURAIS E TRAIL RUNNING EM PORTUGAL
Rui Pedro Juliao, Marta Valente, Bernardo Costa, Miguel Morgado, Ricardo Mendes

Última alteração: 2018-05-30

Resumo


O crescimento da prática de desportos de lazer em espaços naturais, incluindo a da corrida de montanha (geralmente conhecida por Trail Running) é inquestionável (Scheerder e Breedveld, 2015). O Trail Running, de acordo com a International Trail Running Association (ITRA) é uma corrida pedestre num ambiente natural (montanha, deserto, floresta, planície, …) com o mínimo de trajectos em estrada ou estradão que emergiu na última década com um dos desportos de ar livre mais populares, conduzindo nalguns casos ao que se pode chamar de um boom do Trail Running (Urbaneja & Farias, 2015).

Os dois principais factores que contribuem para este facto são o crescente número de eventos organizados (oficiais e informais) e a procura por parte dos participantes. Trata-se de um fenómeno global ao qual Portugal não ficou imune e que se tem acentuado na última década. Apesar de não haver um levantamento exaustivo das provas e praticantes em Portugal (Santiago, 2016), há evidências de que o crescimento actual não é uma situação pontual. A Associação de Trail Running de Portugal (ATRP), criada em Novembro de 2012, viu o número inicial de poucas centenas de membros, crescer para os actuais mais de 7.500 atletas. Nos últimos três anos este número triplicou, evidenciando-se a popularidade deste desporto em Portugal.

Em Portugal (Continental) foram organizados em 2017, considerando apenas as provas integradas no circuito oficial da ATRP, 68 corridas em 35 eventos (alguns dos eventos tinham do que uma distância). Considerando a classificação da ITRA 8 eram Endurance TR (>100 km), 26 Ultra TR (entre 42 e 100 km) e 34 TR (<42 km). Mas para além das que integravam o circuito, havia eventos com mais provas, pelo que se totalizou 130 corridas com mais de 35.000 participantes e cerca de 30.000 finalistas. Para além destas há um número infinito de eventos e provas que não têm qualquer relação com o circuito da ATRP.

Este artigo faz uma análise da distribuição geográfica das provas, contemplando o número de participantes, e cruzando-as com as áreas naturais e protegidas. Coloca-se assim em evidência o forte crescimento que se tem verificado em termos provas e de participantes, o que  indicia o aumento de pressão sobre áreas com valores relevantes e protegidas.


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