Última alteração: 2018-06-06
Resumo
Apesar de a urbanização ter acelerado o desenvolvimento econômico, social e tecnológico, junto a ela criou-se também inúmeras questões e/ou problemas ambientais (REN at al, 2007; FIALHO, 2012). O clima é uma variável dessa teia de relações que afeta o rearranjo do ambiente urbano, carregando a denominação de urbano, pois é compreendido a partir da reorganização da paisagem natural, em que há a substituição por um ambiente construído (AMORIM, 2000). O fenômeno climático urbano mais conhecido são as ilhas de calor, ou seja, o calor característico de um assentamento em comparação com o seu entorno. Oke (1978) destacou que a característica mais marcante das ilhas de calor é a sua intensidade, medida através da diferença entre a temperatura máxima presente na área urbana e a mínima da área rural. Neste sentido, o presente estudo objetiva a análise das intensidades e magnitudes das Ilhas de Calor em Paranavaí/PR, a partir de dados de temperatura e umidade relativa do ar e técnicas de sensoriamento remoto. Para tanto, foram análisados as diferenças térmicas e hidrométricas entre diferentes pontos da cidade (dados obtidos com transectos móveis), enquanto que a a verificação da temperatura da superfície foi realizada através do sensoriamento remoto no infravermelho termal. Os transectos foram feitos em dias com condições sinóticas estáveis, utilizando sensores digitais de temperatura e umidade relativa do ar fixados à um veículo que percorreu dois sentidos distintos da cidade (Leste-Oeste e Norte-Sul). Já a temperatura da superfície foi extraída da média de 10 imagens do satélite Landsat 7 do ano de 2014, a fim de minimizar o efeito dos elementos atmosféricos diários ou sazonais. O processamento foi realizado em ambiente SIG, através da transformação dos valores digitais para temperatura em graus Celsius (ºC). Os principais resultados obtidos apontaram que além de possuir diferenças térmicas e higrométricas em relação a sua área rural próxima, a estruturação urbana de Paranavaí também cria especificidades climáticas no seu espaço intraurbano, como por exemplo, intensidades da ilha de calor de até 5,5ºC (DORIGON, 2015).