XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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CARATERIZAÇÃO TÉRMICA DAS FACHADAS DOS EDIFÍCIOS NA PRAÇA DOS RESTAURADORES (LISBOA).
Cláudia Reis, Márcia Matias, António Lopes

Última alteração: 2018-06-06

Resumo


A termografia infravermelha é uma técnica emergente no campo da climatologia urbana, embora seja já muito utilizada em áreas como a construção e a engenharia civil, para o diagnóstico de anomalias em edifícios (Silva, 2012) ou, até mesmo, na identificação e quantificação das perdas de calor em infraestruturas (Sousa, 2010). Embora atualmente escassos, alguns estudos desenvolvidos dentro da climatologia urbana utilizam esta técnica para caraterizar os materiais utilizados nas cidades (Doulos et al., 2004) mas, também, para perceber os efeitos, à microescala, dos vários elementos urbanos, como árvores e os diferentes tipos de materiais usados nos pavimentos e revestimento de edifícios têm nas temperaturas de superfície (Lee et al., 2018). No presente trabalho recorreu-se à utilização de imagens térmicas para caracterizar os edifícios da Praça dos Restauradores (Lisboa), do ponto de vista da temperatura dos seus materiais, e perceber quais as características com maior influência na temperatura registada. Esta técnica, ao longo dos últimos anos, tem vindo a sofrer grandes desenvolvimentos e caracteriza-se por ser não-invasiva e não-destrutiva. As imagens captadas foram uniformizadas, de forma a permitirem comparação de diferentes dias e diferentes horas. Foram calculados diversos parâmetros no programa Rayman, bem como elaborados diagramas solares e determinou-se o SVF. Posteriormente, calculou-se, ainda, o balanço radiativo da praça. Concluiu-se que os materiais que apresentam temperaturas mais elevadas são o ferro e o plástico, 34% e 17% das vezes, respetivamente, ao contrário do mármore (52%) e do cimento (13%) que são os materiais que apresentam as temperaturas mais baixas. O branco (63%) foi a cor onde se registou a maior parte das temperaturas mais baixas e o verde escuro (40%) e o preto (21%) as cores onde se registaram as temperaturas mais altas. Percebeu-se, ainda, que nos dias em que esta técnica foi aplicada, a exposição das duas fachadas da praça em estudo não pareceu influenciar a temperatura dos seus materiais. O presente trabalho constitui um ponto de partida para futuros estudos sobre o tipo e cor dos materiais que são, atualmente, utilizados na construção de edifícios na cidade de Lisboa, percebendo quais os impactes nas temperaturas do ar em meio urbano, contribuindo, de certa forma, para a investigação sobre medidas de mitigação da Ilha Urbana de Calor de Lisboa.

Palavras-chave: Termografia; imagens térmicas; materiais de construção; fachadas dos edifícios; temperatura

Bibliografia

Doulos, L., Santamouris, M., & Livada, I. (2004). Passive cooling of outdoor urban spaces. The role of materials. Solar Energy, 77(2), 231–249. https://doi.org/10.1016/j.solener.2004.04.005

Lee, S., Moon, H., Choi, Y., & Yoon, D. (2018). Analyzing Thermal Characteristics of Urban Streets Using a Thermal Imaging Camera: a Case Study on Commercial Streets in Seoul.

Silva, D. (2012). Diagnóstico de Patologias em Fachadas Utilizando Termografia. Departamento de engenharia civil. Faculdade de engenharia da Universidade do Porto.

Sousa, L. (2010). Aplicação de Termografia no Estudo do Isolamento Térmico de Edifícios. Universidade de Aveiro. Departamento de Engenharia Mecânica

http://www.epa.gov/oppsfead1/carat/2000/oct/dw4.pdf (acedido a 11 de Outubro de 2007) (Sítios na Internet).


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