XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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OS ESPAÇOS DE PERMANÊNCIA NUMA SOCIEDADE URBANA EM TRANSFORMAÇÃO: O CASO DOS VAZIOS INDUSTRIAIS (FRICHES INDUSTRIELLES) DA CIDADE DO RIO GRANDE/RS/BRASIL
Solismar Fraga Martins

Última alteração: 2018-10-09

Resumo


A expressão francesa friche industrielle tem como sinônimo na língua portuguesa vazios industriais e provocam um tom depreciativo e que nem sempre denotam a realidade concreta dessas espacialidades. O conceito “friches socialles” foi introduzido pelo geógrafo francês Jean Labasse em 1966, associado aos conceitos de “ciclos industriais” e “descentralização industrial”. O objetivo da pesquisa foi reanalisar os espaços constituídos pelas friches industrielles na cidade do Rio Grande (Brasil), incluindo o papel que cada uma delas desempenha dentro da zona urbana no qual estão inseridas. A análise também contribui para apontar a dinâmica espacial e econômica da cidade após 10 anos das primeiras conclusões a respeito da identificação das friches e a periodização pós industrialização Polo Naval que o município abarcou. Como recurso metodológico temos a revisão bibliográfica e uma análise comparativa das antigas empresas industriais na área urbana através de comparação de imagens de 2007 e 2017, de fontes documentais e entrevistas. A cidade, localizada no extremo sul do Brasil possui um parque industrial importante desde o final do século XIX (MARTINS, 2006), e apresentou avanços e retrocessos até o presente em sua economia, no qual foram catalogados estes vazios industriais. Passados dez anos desta consolidação, Rio Grande atravessou um breve período de pujança econômica industrial através da instalação de um Polo Naval no governo Lula/Dilma, que ora encontra-se em decadência/estagnação. (REIS & MARTINS, 2006/ REIS & MARTINS, 2017). Nota-se que as áreas dos vazios industriais pregressos a este período oriundas da segunda metade do século XIX e século XX pouco se alteraram, mesmo ao estarem sitiadas em locais muito bem localizados dentro do espaço urbano da cidade do Rio Grande. No período recente (2007/2017), apesar da intensa especulação imobiliária propiciada neste interstício de tempo, estes vazios industriais estão a continuar com poucas alterações em sua espacialidade e funcionalidade.

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