Última alteração: 2018-12-06
Resumo
A melhoria das condições de vida, da mobilidade e do acesso ao crédito ajudam a compreender a considerável expansão urbana de muitas das cidades portuguesas no final do século passado, designadamente o Porto, assim como, o esvaziamento da área considerada como o seu centro económico, administrativo e simbólico. Este processo de suburbanização refletiu-se na diminuição da ocupação do edificado no urbano consolidado e no encerramento e “popularização” de estabelecimentos de comércio e serviços, bem como na deterioração física do edificado, com diminuição da procura pelo comércio e a permanência quase só dos habitantes com menor capacidade aquisitiva e mais envelhecidos. Por isso, de várias formas e através de diversas instituições, o Estado considerou essencial intervir no edificado e nos espaços públicos, com medidas e projetos de diferentes dimensões de intervenção. É neste contexto que, na viragem do século, o Porto foi alvo de programas de desenvolvimento urbano que potenciaram intervenções na cidade, com destaque para a iniciativa Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura, para o contributo da Porto Vivo, SRU – Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa Portuense e para a ação da Metro do Porto, SA. Aqui, pretende-se contribuir para a compreensão do caminho percorrido na revalorização do centro; por outro lado, refletir sobre o papel dos programas e das entidades que potenciaram o “regresso” de residentes e o acréscimo de utilizadores; por fim, dar conta das novas dinâmicas, como o aumento do turismo e a modificação do comércio.