XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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MODELAÇÃO ESPACIAL DA TRANSMISSÃO DE DOENÇAS PARASITÁRIAS ASSOCIADAS A BIÓTOPOS DULÇAQUÍCULAS NA BACIA DO RIO GEBA, GUINÉ-BISSAU
Maria do Carmo Sequeira Nunes

Última alteração: 2018-09-22

Resumo


As infecções parasitárias provocadas por trematódeos (Platyhelminthes) em bovinos e em humanos (hospedeiros definitivos), respectivamente por anfistomas e Schistosoma spp., têm um grande impacto em produção animal e em saúde pública, em particular em ecossistemas dulçaquícolas tropicais, onde se estabelecem moluscos gastrópodes, seus potenciais hospedeiros intermediários (Botelho et al., 2016; Rosa et al., 2002). Com o objectivo de avaliar o risco de transmissão daqueles parasitas associados a biótopos aquáticos efectuou-se a modelação espacial da informação relacionada, recolhida na bacia hidrográfica do Rio Geba (Guiné-Bissau). Numa primeira fase procedeu-se à implementação de um Sistema de Informação Geográfica (SIG), onde se integrou a informação obtida em 68 corpos de água sobre a quantidade de moluscos, hospedeiros intermediários e parasitas recolhidos, as características físico-químicas da água e a caracterização biofísica local. Elaboraram-se mapas de corpos de água, obtidos a partir das imagens de satélite Landsat-TM (Nunes et al., 2012a), bem como um mapa de probabilidades da distribuição de moluscos, estimado por procedimentos geoestatísticos. A sobreposição desta informação geográfica com a da distribuição da população humana, de alguma variáveis ambientais e dos dados sobre as prevalências de infecções em hospedeiros intermediários (HI) e definitivos (HD), permitiu obter um mapa de risco de ocorrência da transmissão de infecções por trematódeos. De acordo com este mapa as regiões de maior risco são as de Bambadinca, Bafatá e Contuboel, no sector central da bacia do Rio Geba. Na generalidade, as regiões próximas dos corpos de água são frequentadas por animais (abeberamento e pastoreio) e pelas populações humanas, nas suas actividades profissionais (pesca e agricultura), no uso doméstico (lavagem de roupa e higiene pessoal) e lúdicas (brincadeiras de crianças), facilitando a contaminação do meio aquático e incrementando a possibilidade de aquisição de infecções parasitárias nesse meio ambiente.


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