XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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CRISE ECONÔMICA E EXPANSÃO DO COMÉRCIO AMBULANTE EM NATAL
RITA CASSIA RITA

Última alteração: 2018-11-01

Resumo


O comércio guarda uma estreita conexão com as cidades, explicitada pela dialética entre a estruturação comercial e as práticas sociais. No espaço geográfico esse movimento engendra uma dinâmica relevante para o conteúdo das cidades, destacadamente, cidades de países não desenvolvidos, como é o caso do Brasil. Com a crise econômica instaurada a partir de 2014, o trabalhador brasileiro enfrenta o desemprego, sendo o comércio ambulante, realizado em espaços públicos, a saída encontrada. Esse cenário é a base deste trabalho que objetiva discutir o comércio ambulante que ocorrem espaços públicos da cidade de Natal/RN. Resulta de investigações realizadas desde 2009, que tem como objeto de estudo a relação entre o comércio e cidade. Ao considerar as particularidades da crise instaurada no Brasil nos últimos quatro anos percebe-se que, a ocupação dos espaços públicos por vendedores ambulantes é intensificada no centro tradicional de comércio – Alecrim, Cidade Alta e Ribeira e em outros espaços, sobretudo nas paradas de ônibus, nas passarelas, nas calçadas de shopping centers e de instituições públicas e privadas. Com uma população de 877 640 habitantes, segundo o IBGE, 2018, a cidade de Natal/RN, apresenta, na atualidade, um terciário que assume importância na economia, destacando-se a participação do comércio e neste, o comércio ambulante. Embora com poucas informações sistematizadas a pesquisa sobre o comércio ambulante além da pesquisa empírica, se apóia na teoria do desenvolvimento desigual, que orienta o entendimento da relação entre o comércio e a cidade no contexto de crise. Dentre as conclusões destacam-se: a apropriação dos espaços públicos pelo comércio ambulante, dificultando o ir e vir das pessoas; a importância do comércio ambulante na contenção do conflito social nos momentos de crise e, por fim, a emergência de novas lógicas de ocupação do espaço e de consumo que refletem na relação cidade e comércio.

 


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