Última alteração: 2018-10-12
Resumo
Em 2016, a Itália recebeu cerca de 10% dos pedidos de asilo da UE, com 80% dos requerentes entre os 18 e 34 anos. Face ao dever humanitário e ao desafio de integrar na sociedade e no mercado de trabalho os mais de 400.000 imigrantes que se candidataram a proteção internacional entre 2014 e 2017, várias universidades, instituições governamentais e não-governamentais italianas desenvolveram projetos para validar as competências académicas e profissionais dos refugiados e concederam bolsas para os que desejavam prosseguir os estudos. Esta investigação analisa as boas práticas de acolhimento e integração de refugiados no ensino superior italiano, tendo sido realizadas entrevistas a estudantes, docentes, funcionários governamentais e de ONG responsáveis pelos projetos nos meses de abril a julho de 2018. Verificámos que a quantidade de bolsas de estudo oferecidas é maior do que o número de refugiados que ingressam no ensino superior, pois apenas uma minoria dos imigrantes que chega à Itália consegue proteção internacional. O trabalho que compete às universidades que colaboraram neste estudo tem sido bem desenvolvido e os estudantes entrevistados estão satisfeitos com os cursos. Apesar da situação positiva, permanece o desafio de aumentar o acesso destes imigrantes ao ensino superior, seja facilitando a inscrição para aqueles que ainda não obtiveram a proteção internacional (possivelmente matriculando-os como estudantes internacionais regulares), aumentando a divulgação dessa possibilidade de acesso, o número de instituições de ensino envolvidas nessa causa, ou, ainda, estimulando o investimento da iniciativa privada. Os projetos identificados são bons exemplos do que pode ser feito em prol da integração dos estudantes, e com as devidas cautelas, poderão ser inspiradores para outras regiões ou países.