XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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A GEOGRAFIA DA NUTRIÇÃO. HÁBITOS ALIMENTARES, MOBILIDADE E APROVEITAMENTO ESCOLAR, UM ESTUDO NA CIDADE DE LISBOA
Jorge Ricardo Costa Ferreira

Última alteração: 2018-10-10

Resumo


Segundo a Organização Mundial de Saúde, o excesso de peso e a obesidade infantil constituem-se como alguns dos principais problemas de saúde pública do século XXI, sendo mais comuns em áreas urbanas. Seguindo essa preocupação e evidência científica, este trabalho irá focar-se no campo da geografia da nutrição, analisando a população escolar dos 7º e 9º ano de escolaridade, em particular, na relação entre a qualidade dos alimentos assimilados durante o tempo em que permanecem no equipamento escolar, a oferta de estabelecimentos que disponibilizam bens alimentares na zona geográfica escolar de influência, o seu índice de massa corporal (IMC), aferindo no final, a relação dos anteriores com o rendimento escolar. Integrará uma componente de análise espacial com Sistemas de Informação Geográfica (SIG), tornando possível relacionar dois campos de estudo que normalmente não se cruzam: a Geografia e a Nutrição. Como principais resultados e de forma resumida poder-se-á concluir que o tipo de alimentos consumido fora da escola é pouco saudável: doces, produtos de pastelaria e bebidas açucaradas constituem a grande maioria. Os produtos frutícolas, hortícolas ou bebidas naturais apresentam-se com valores diminutos. As percentagens para cada classe de IMC são semelhantes, quer o aluno se desloque ou não para fora do seu equipamento escolar. Os valores obtidos com diferentes correlações são praticamente desprezíveis, ou seja, o facto de consumirem produtos em estabelecimentos fora da escola não parece ter influência na qualidade nutricional, nem no desempenho escolar. As correlações entre a qualidade nutricional e o rendimento escolar são negativas e muito fracas, isto é, à medida que a média total das notas aumenta, o valor da classe de IMC diminui, existindo uma maior concentração da classe de eutrofia localizada nas médias de notas mais altas, bem como uma dispersão constante de todas as classes de IMC nessas mesmas médias. O rendimento escolar não parece ser afetado pela disponibilidade ou utilização de estabelecimentos de restauração fora das escolas, ou, até mesmo, pela qualidade nutricional.


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