XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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Inovação nos SIG e seu contributo para modelação em Qualidade de Vida Urbana (QVU)
Jorge Miguel Santos, Paulo Morgado Sousa

Última alteração: 2018-12-05

Resumo


O progressivo interesse verificado por parte das ciências sociais relativamente a uma abordagem mais espacializada dos fenómenos, tem levado muitos dos seus investigadores a recorrer a ferramentas SIG (Goodchild, 2009), considerando os múltiplos recursos que estas apresentam para análise e modelação de fenómenos com representação espacial.

Este trabalho pretende apresentar evidências de como os níveis crescentes de sofisticação que se vêm verificando nos SIG, desde o seu surgimento no início da década de 90, com incorporação de mais algoritmia avançada de modelação e análise espacial, têm impactado de forma muito significativa, no âmbito da investigação numa área pertinente para o planeamento dos espaços urbanos: a Qualidade de Vida Urbana (Marans & Stimson, 2011).

Tendo em conta a relevância que os estudos em QVU atribuem a “lugar”, e à influência destes (através da sua situação espacial e atributos) sobre a qualidade de vida dos indivíduos, serão abordados os importantes contributos que os SIG têm oferecido, relativamente a análise de aspetos como a proximidade a recursos e amenidades urbanas (emprego, equipamentos, espaços verdes, etc.), das densidades urbanas, e usos do solo (Chen et al., 2016), ou ainda à capacidade destes, de observar em simultâneo diferentes escalas urbanas (residência, vizinhança, cidade, região) considerando a influência mútua que estas exercem, sobre a perceção dos indivíduos relativamente a cada um destes domínios (Marans & Rogers, 1975; Campbell, 1976; Jeffres & Dobos, 1995, McCrea, 2006).

Uma das áreas da modelação em QVU que tem suscitado grande interesse por parte dos seus investigadores (Marans & Kweon, 2011; Turkoglu et al., 2006; McCrea et al. 2005) e onde se têm verificado as alterações mais dramáticas, está relacionada com a possibilidade de combinar condições ambientais objetivas do espaço urbano, com a perceção (e a avaliação) subjetiva dos indivíduos sobre essas condições (Marans & Stimson, 2011). A este nível, será dado destaque a um conjunto de modelos surgidos nos últimos anos que, apoiados na capacidade dos SIG em integrar diferentes tipos de dados, têm procurado combinar informação ao nível do indivíduo, (geocodificada ao nível da residência - dados pontuais), com informação objetiva sobre o ambiente urbano (suportada por informação censitária agregada a unidades territoriais - dados em polígono).

Ainda na componente analítica, serão apresentadas algumas metodologias emergentes para aplicação a estudos associados a QVU, como a microsimulação espacial (Ballas et al. 2006), ou os modelos baseados em agentes autónomos (Fernandez et al. 2005).

A outro nível, serão apresentadas algumas soluções Web service de base SIG, para efeitos de geovisualização, considerando a utilidade em difundir informação relacionada a QVU junto dos cidadãos, ou para sua utilização ao nível do planeamento territorial, enquanto instrumento de apoio à decisão.

Em conclusão, serão ainda discutidas limitações que subsistem, e possíveis formas de as contornar, no que concerne à aplicação dos SIG, sobre estudos em QVU.

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