XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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A PRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO DE SAMAMBAIA-DF E O PROCESSO DE SEGREGAÇÃO SOCIOESPACIAL
Rones Borges Silva

Última alteração: 2018-05-29

Resumo


Neste trabalho tentamos compreender em que medida o processo de expansão territorial urbana do Distrito Federal é produtor e produto da segregação socioespacial, e em que medida esta se apresenta em um dos seus espaços urbanos, no caso, Samambaia. Procuramos realizar a análise dos loteamentos urbanos de Samambaia-DF, avaliando o grau maior ou menor de articulação desses loteamentos ao conjunto da área urbana e ao restante do Distrito Federal, por conseguinte, a ocorrência e o grau de segregação socioespacial existentes, por meio da constatação do nível de integração entre os moradores dos loteamentos e o restante da cidade e do grau de acesso que têm aos meios de consumo coletivo, articulando a realidade da parte ao todo, tendo em vista que Samambaia contém especificidades e particularidades que a aproximam e a diferenciam da urbanização verificada no Distrito Federal. A pesquisa foi baseada nos dados e informações obtidos e embasamento teórico, por meio das interpretações e reflexões feitas, no intuito de compreender a realidade estudada empiricamente e a sua articulação com a produção teórico-metodológica consultada. Desse modo, consideramos de grande relevância a análise do espaço intra-urbano da metrópole polinucleada, focando a abordagem a partir do conceito de segregação socioespacial em espaço específico (Samambaia) da metrópole (Brasília), onde verificamos a questão espacial intrínseca na sua configuração e estruturação, ou seja, a segregação se materializa no espaço, ela se configura territorialmente e é influenciada diretamente pelo espaço, sendo um conceito eminentemente geográfico, pois associa diretamente espaço e sociedade, interagindo e complementando-se mutuamente. Verificamos que o processo de segregação socioespacial é extremamente forte e dinâmico no Distrito Federal, e que seus elementos constituintes forjam dinâmicas espaciais distintas em cada uma das trinta e duas regiões administrativas do DF, de maneira que, ao estudar Samambaia, vemos aproximações daquilo que acontece na urbs como um todo, e diferenciações, tendo em vista que cada porção do espaço abriga um extrato populacional, certas condicionantes históricas e sociopolíticas, o que nos permite afirmar que a segregação socioespacial em Samambaia é um produto do processo de segregação socioespacial do Distrito Federal. Nesse sentido, vemos como a produção do espaço e, especialmente, a produção de descontinuidade do tecido urbano, auxilia na constituição da segregação socioespacial. Assim, temos locais segregados, apartados do todo social, locais onde os moradores ficam, de certa forma, cativos de seu espaço, já que as dificuldades de transporte, as distâncias em relação ao local de emprego geram uma certa imobilidade, impedindo uma interação para com o resto da cidade.


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