XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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QUOTIDIANOS DA POPULAÇÃO ESCOLAR NA CIDADE DE LISBOA - EM BUSCA DE ESTILOS DE VIDA SAUDÁVEIS
Bernardo Veloso Barros, Leticia Martins Fernandez, Eduarda Marques da Costa, Nuno Marques da Costa

Última alteração: 2018-06-01

Resumo


O conceito de cidades saudáveis surge nos anos 80 do século XX devido à preocupação crescente com a saúde individual e do espaço urbano em que este habita, sendo assim uma das dimensões fundamentais para o desenvolvimento humano integral, juntamente com a educação e a cultura (Hancock, 2001). As escolas, são um dos elos fundamentais da implementação do projeto cidades saudáveis pela importância que assumem na promoção de estilos de vida das gerações futuras. O Canadian Council on Learning (2007) lança um guia para a implementação das escolas saudáveis, referindo que a literacia em saúde deve ser incentivada em tenra idade e acrescentando que a aprendizagem e a saúde estão inteiramente ligadas. O papel das escolas é assim fundamental para o incremento da literacia em saúde de cada individuo (Nutbeam, 2009). O presente trabalho tem como objetivo principal descrever os quotidianos de uma população escolar residente na cidade de Lisboa e, a partir da sua leitura, verificar em que medida estes desenvolvem estilos de vida saudáveis, procurando-se identificar como neles atuam os determinantes sociais de saúde. Da mesma forma, procura-se entender o nível de literacia em saúde dos estudantes e como este se expressa nos seus comportamentos. Como metodologia foram elaborados 181 inquéritos, amostra representativa dos alunos da Escola secundária D. Pedro V - Lisboa, de forma a se relacionar os perfis sociodemográficos com os seus hábitos, bem como a opinião que estes têm acerca do papel que a instituição escolar pode deter na promoção de estilos de vida saudáveis. Neste trabalho, também foram analisados os padrões de mobilidade casa-escola, no sentido de verificar a relação entre a distância e o uso do tempo, nomeadamente o tempo dedicado à prática de atividade física.

Os resultados mostram uma consciência das diversas debilidades do seu estilo de vida e, os alunos, propõem mudanças que vão ao encontro da sua mudança. Da mesma forma se verificam debilidades na oferta de atividades pela parte da escola, falta de flexibilidade horária, pela parte da mesma, ou desconhecimento total da existência das atividades, pela parte dos alunos. No final, propõem-se medidas para que se alcance um conjunto de objetivos que vão ao encontro de maior educação em saúde e maior atividade física, tendo não só em conta o que é recomendável mas também o que são os pedidos e requisitos dos potenciais utilizadores. Verifica-se, por fim, que a maior prática desportiva está, relacionada com um IMC em níveis ideais, reforçando a necessidade referida pelos alunos de terem mais atividades desportivas disponíveis. Estes alunos referem também que se alimentam essencialmente de comidas rápidas ao invés de comidas mais tradicionais, durante o período letivo, provando, à semelhança da atividade física, já referida, que existe real necessidade de melhoria da oferta da cantina escolar, de modo a batalhar contra esta prática nefasta.

 


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