XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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PARQUES DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA E DINÂMICAS TERRITORIAIS DE INOVAÇÃO. O EXEMPLO DO MADAN PARQUE (ALMADA)
JOSE AFONSO TEIXEIRA, António POMBEIRO, ALCINO PASCOAL

Última alteração: 2018-05-29

Resumo


A articulação entre os meios académico e empresarial está na base do desenvolvimento contínuo de atividades e tecnologias inovadoras; a transferência deste conhecimento permite aos agentes económicos sustentar dinâmicas de inovação. Os Parques de Ciência e Tecnologia (PCT) são infraestruturas territorializadas que valorizam a proximidade espacial e a “aglomeração” de empresas, como fatores essenciais para acelerar a inovação. Castells e Hall (1994), reconhecem que Silicon Valley mudou para sempre a divisão do trabalho na investigação e na produção de alta tecnologia, mas consideram que o modelo não é diretamente reprodutível noutros territórios. Além disso, territorialização não implica “unidades fechadas” (Vale, 2012). De facto, as redes assumem uma importância crescente nas cadeias de produção globais e nos sistemas setoriais de inovação (Amin e Cohendet, 2014). O conceito de “território inteligente” implica a convergência dos sistemas territoriais de inovação com os espaços digitais de inovação (Komninos, 2008). Em conformidade, os PCT não podem deixar de assumir o papel de “conectores” com o ecossistema de inovação global.

Na Europa, os PCT foram impulsionados pelas políticas de inovação da UE. A adesão de Portugal à CEE (1986) acelerou a recuperação do seu atraso científico e tecnológico. O primeiro PCT (Tagus Park) surgiu em 1993 em Oeiras (Melo, 2001). Ainda hoje é responsável por quase metade do emprego dos 21 PCT nacionais, que acolhem cerca de 1100 empresas e 16500 empregos. No conjunto, os PCT são recentes, pouco estruturados, evidenciando dificuldade em assumirem o papel de impulsionadores das respetivas economias.

Neste artigo caracterizam-se os PCT nacionais com base em informação da TecParques e obtida junto dos PCT. Como estudo de caso analisa-se o Madan Parque (Almada), localizado numa região com potencialidades únicas no contexto nacional. Beneficia da proximidade à FCT/UNL e da disponibilidade de terrenos próprios e infraestruturados, com isenção de impostos sobre atividades com forte predominância de I&D. O conceito “walk in distance” é um elemento qualificador e diferenciador face a outros PCT nacionais, que promove as relações entre o parque, a entidade promotora da investigação científica (Uninova) e o Campus da FCT/UNL. A metodologia apoia-se em entrevistas a responsáveis pela conceção e desenvolvimento do projeto e na aplicação de questionários a mais de metade das empresas de base tecnológica sediadas no parque. O estudo alerta para alguns problemas, mas concluiu que o Madan parque tem condições para se afirmar como motor da economia regional e consolidar como PCT de referência.


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