XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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EXCLUSÃO SOCIAL NAS CAPITAIS PERIFÉRICAS DA AMAZÔNIA BRASILEIRA NO INÍCIO DO SÉCULO XXI.
Pedro Marcelo Staevie

Última alteração: 2018-06-08

Resumo


A Amazônia Legal brasileira é formada por oito estados brasileiros, representando cerca de 56% do território nacional e 11% da população total do país. Definida politicamente nos anos 1950, nesta região (definida legalmente para definição de políticas públicas visando o desenvolvimento regional), de amplas fronteiras internacionais, encontram-se os estados com a menor participação no Produto Interno Bruto do país, alguns deles amplamente marcados economicamente pela chamada “economia do contra-cheque”, sustentado pelo pagamento dos servidores públicos nas diversas esferas administrativas. Analisando dados do Atlas da Exclusão Social do Brasil de 2010, buscamos no artigo apresentar e debater os indicadores que mostram que esta região, particularmente as capitais periféricas (dos estados que chamamos periféricos), apresentam índices preocupantes, colocando-as entre as capitais com maior exclusão social no Brasil. Em trabalho anterior, tendo como base dados do Atlas da Exclusão Social em 2000, verificamos este “retrato” nas capitais consideradas. Pretendeu-se, assim, comparar a situação com base nos dados dos Atlas de 2000 e 2010 para verificar se houve transformações significativas na exclusão social verificada naquelas capitais amazônicas. Ainda que na primeira década do século XXI tenham ocorrido melhoras significativas nos indicadores sociais, a região permanece marcada por antigas e modernas manifestações de exclusão social. Estas capitais, com algumas exceções, apresentam elevados índices de violência, de desemprego informal, de pobreza, de desigualdade social, enfim, de vários sub-índices que acabam por compor o índice de exclusão social. Seja pela peculiaridade de um dinamismo econômico de fraca base industrial, seja pela profunda herança de desigualdade arraigada na sociedade brasileira, em particular a do Norte do país, a exclusão social, apesar de amenizada, ainda não foi superada na região. Em um plano mais analítico, podemos inferir que a exclusão social na Amazônia brasileira é parte integrante do processo de desenvolvimento capitalista naquela porção do território brasileiro.

Referências:

GUERRA, Alexandre; POCHMANN, Márcio; SILVA, Ronnie Aldrin (Orgs.). Atlas da Exclusão Social no Brasil: dez anos depois.  São Paulo: Cortez, 2014.

POCHMANN, Márcio.; AMORIM, Ricardo. (org.). Atlas da Exclusão Social no Brasil. São Paulo: Cortez, 2004.

STAEVIE, Pedro M. Crescimento demográfico e exclusão social nas capitais periféricas da Amazônia. Revista Textos e Debates. Edição Especial. N. 28. 2015.

 


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