XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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Geografia da Inovação na Metrópole Periférica: o caso de Curitiba
Wilhem Eduard Milward de Azevedo Meiners, Olga Lúcia Castreghini de Freitas-Firkowski

Última alteração: 2018-06-12

Resumo


A inovação, compreendida como um importante fator de desenvolvimento regional tem sido alvo, em diferentes países e metrópoles, de políticas específicas para promoção de sistemas regionais e ecossistemas de inovação. A inovação não é um fenômeno diserso: a concentração espacial e proximidades geográfica de agentes (produtores e instituições) facilita o intercâmbio de informações e o compartilhamento de conhecimentos (Lundvall, 1992) afetando positivamente a estratégia e resultado de esforços de inovação. E esta distribuição também não é aleatória, mas resultado de políticas públicas e ações privadas para uma articulação local favorecendo o ambiente inovador (Garcia, 2017). A inovação está relacionada com a capacidade gerativa das cidades (Soja, 2008 e Jacobs, 1969) e suas diferentes  externalidades.

O Vale do Silício e a Rota 128 os parques tecnológicos de Sofia-Antipólis em Nice e de Cambridge, na Inglaterra, foram adotados como modelos de referência para o estabelecimento de habitats e ecossistemas de inovação. Diferentes metrópoles, inclusive na periferia do sistema capitalista, buscam promover novos espaços ao capital, associando a renovação urbana e econômica com os sistemas de inovação, como observado na Puerta @22, em Barcelona, no Porto Digital, em Recife, na proposta do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro ou na Digital Media City, em Seul.

Desde o início dos anos 1990, Curitiba  busca pela produção de espaços de inovação, como o Parque de Software, em 1996, o Tecnoparque, em 2007 e o ecossistema de inovação do Vale do Pinhão, em 2017, uma resposta ao esgotamento de áreas industriais e a busca de sua inserção na “nova economia”.

Este artigo tem como propósito tecer uma análise de tais propostas, integrando as abordagens da geografia da inovação e da economia regional evolucionária, avaliando os limites e potencialidades da metrópole de Curitiba em desenvolver este caminho.

O artigo apresenta, por meio da análise de dados do mercado de trabalho (emprego, ocupação e rendimentos), organizados por divisão de atividade segundo grau de intensidade tecnológica, bem como dados de valor adicionado fiscal, os rebatimentos espaciais da especialização produtiva, da mudança estrutural e dos efeitos diferenciais e estruturais nas transformações da economia metropolitana.

Conclui-se que a estrutura econômica-espacial da metrópole vem se alterando, ao longo deste século, com a transferência de atividades industriais e de serviços pessoais e sociais para os municípios da coroa metropolitana, e maior permanência de serviços superiores no município polo. Apesar de tal concentração ainda há limitada densidade tecnológica e influência de atividades intensivas em tecnologia para explicar o crescimento da economia regional, resultando em baixo efeito e limites nas políticas de promoção de territórios da  inovação em Curitiba.

 


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