XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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ESTUDO SOBRE A FUNÇÃO RELIGIOSA DOS SANTUÁRIOS CATÓLICOS DA REGIÃO SUL DO BRASIL: DO OFICIAL AO FAKE
Francisco John Lennon Alves Paixão Lima, Maria das Graças de Lima

Última alteração: 2018-07-16

Resumo


O presente artigo tem por finalidade apresentar os resultados parciais da Tese de Doutorado em desenvolvimento intitulada "Os santuários católicos na produção do espaço vivido da região sul do Brasil: desenvolvimento, cultura e significados", de Lima (2018). Para tal, realizou-se um levantamento epistemológico do conceito de santuário na Geografia Cultural auxiliado por leituras dentro da Sociologia, do Turismo, dentre outras. Metodologicamente trabalhou-se com questionários e entrevistas aos representantes dos santuários. Segundo o Código de Direito Canônico 1230, promulgado pelo Vaticano (2007), entende-se por santuário um lugar sagrado receptáculo de peregrinações. Para Gonçalves (2014), o santuário é um espaço central religioso de encontro cultural à devoção. Por outro lado, Steil (2003) trata o santuário como um lugar turístico. Já Rosendahl (1999) aborda o conceito de cidade santuário, um espaço de organização funcional e social dedicado às peregrinações. A partir destes conceitos e de outros, gerou-se um quantitativo de critérios à seleção dos santuários da região sul brasileira presentes na Tese. Além dos santuários oficiais, há também os "centros de devoção", segundo Pereira (2003), espaços dotados das características de um santuário, porém sem oficialidade. Os resultados prévios mostraram que nem todo santuário oficial se faz valer na prática, originando os chamados santuários "fakes": reconhecidos oficialmente pela Igreja, porém com pouca ou nenhuma relevância. Estes não promovem modificações expressivas no espaço geográfico e nem recebem grandes peregrinações. Além disso, não influenciam na dinamização da economia local, não se configuram como um local de reencontro de familiares e amigos, de acordo com Lima (2016) e, portanto, não acarretam consigo a função religiosa necessária à sua manutenção, com base em França (1975). Ademais, os significados inerentes à relação devoto–santuário dependem desses critérios, pois sem eles o santuário tende ao fracasso.

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