XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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AVALIAÇÃO DA RESILIÊNCIA DO PINHAL LITORAL APÓS INCÊNDIO: REGENERAÇÃO NA MATA NACIONAL DE LEIRIA APÓS O INCÊNDIO DE OUTUBRO DE 2017
Paulino Edgar Duarte, Helena Hermenegildo, Albano Figueiredo, Luciano Lourenço

Última alteração: 2018-05-31

Resumo


Os incêndios florestais em Portugal são, porventura, a maior catástrofe que o país enfrenta, tendo em conta as negativas consequências económicas e ambientais. Tendo em conta o facto de os pinhais litorais de pinheiro bravo (Pinus pinaster Aiton) resultarem de um processo de florestação de sistemas dunares, e terem um histórico de perturbação por incêndio pouco relevante, desconhece-se em rigor a resposta destes a este tipo de perturbação. Com este estudo, desenvolvido na Mata Nacional de Leiria, procuramos avaliar a capacidade de regeneração do pinhal, fazendo-se uma avaliação da situação pré e pós incêndio em termos de i) diversidade florística, ii) complexidade estrutural e iii) suscetibilidade à propagação do incêndio, iv) capacidade de regeneração natural das áreas ardidas. Para a avaliação das condições pré-fogo (i a iii) foram selecionadas parcelas de referência (10x10m) em diferentes tipos de sub-bosque em áreas não afetadas por incêndio. Esta avaliação baseou-se na realização de inventários florísticos e avaliação de cobertura nos diferentes estratos. Para avaliação da regeneração em áreas afetadas por incêndio foram selecionadas parcelas na proximidade das primeiras, considerando o mesmo tipo de sub-bosque. Nestas parcelas, divididas em sub-parcelas de 1m2, registou-se: a) número de indivíduos por espécie; b) altura máxima e altura dominante, por espécie e por tipo de regeneração. Resultados preliminares demonstram que a taxa de germinação de pinheiro bravo é muito variável, sendo pouco comuns as situações em que a regeneração seminal é significativa. Os pinhais instalados em dunas secundárias interiores apresentam valores de regeneração de pinheiro bravo mais abundante. Pelo contrário, a regeneração de pinheiro bravo é especialmente baixa em áreas de duna secundária mais próximas à duna primária, locais onde a regeneração de outras espécies lenhosas é muito superior em número e biomassa, nomeadamente arbustos altos e espécies arbóreas de crescimento rápido, como é o caso da invasora Acacia longifolia. Apesar de os matos altos nativos apresentarem maior diversidade, estes são também os que apresentam maior suscetibilidade à propagação do fogo entre estratos. No caso de áreas invadidas por Acacia longifolia, a diversidade no sub-bosque é baixa e nestas áreas, a regeneração do pinhal pode estar bloqueada pela conjugação de dois aspetos, nomeadamente a baixa germinação e a elevada competição associada ao estabelecimento de comunidades arbustivas altas/arbóreas, algumas das quais de baixa diversidade florística e elevada suscetibilidade à propagação do fogo, situação que determina uma gestão ativa de combustível a curto prazo.


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