XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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CITIZEN SENSING: PODE UM SISTEMA PARTICIPATIVO DE GESTÃO DE RISCO CONTRIBUIR PARA A RESILIÊNCIA URBANA?
Ana Monteiro, Sara Cruz, Paulo Conceição, Paula Gonçalves, Filipa Malafaya

Última alteração: 2018-06-11

Resumo


O projeto Citizen Sensing (projecto europeu no âmbito do programa ERA4CS) tem como principais objetivos: 1) desenvolver um Sistema Participativo de Gestão de Risco Climáticocapaz de incorporar informação local, no quadro das diretrizes sobre adaptação face aos riscos climáticos; 2) analisar até que ponto um sistema deste tipo pode contribuir para melhorar o nível de preparação e de resposta por parte dos cidadãos e das autoridades de modo aumentar a resiliência urbana em diferentes contextos europeus. Estes objetivos serão atingidos a partir da criação de uma plataforma que incorporará informação recolhida em quatro estudos piloto: Norrköping (Suécia), Porto (Portugal), Roterdão (Holanda) e Trondheim (Noruega). Este projeto encontra-se numa fase inicial, visando integrar as novas tecnologias e a perceção dos cidadãos e identificar a melhor forma os envolver/mobilizar na criação de uma nova aplicação. A plataforma conjuga informação recolhida pelas formas clássicas com informação fornecida pelas pessoas e, simultaneamente, fornece-lhes informação para responderem de forma adequada às situações de risco a que estão expostas. Explora-se o potencial para, perante cada cenário local e suas especificidades, fortalecer a resiliência urbana e a capacidade de adaptação. Das caraterísticas da governança adaptativa apresentadas por Munaretto, et al. (2014) destacamos a aprendizagem (memória social) e a participação (perspetiva dos cidadãos). No entanto, há que referir as dificuldades inerentes a estes processos, desde a incerteza e a inércia dos processos que levam ao cetismo e relutância dos cidadãos em participar (Döll & Romero-Lakao, 2017). Neste sentido foram e serão desenvolvidos workshops de sensibilização e debate das principais questões associadas às alterações climáticas (AC), onde se procura identificar o nível de consciência e de conhecimento dos envolvidos, as diferenças na sua perceção e nos impactos sentidos, entre outros.As AC expoem os sistemas naturais e socioeconómicos a riscos climáticosque resultam da combinação entre o comportamento excepcional de elementos climáticos e a vulnerabilidade de quem ou do que a eles está exposto (Monteiro et al. 2012). Estes riscos resultam de se considerar a interação entre perigo, vulnerabilidade e exposição (IPCC, 2014).  Tendo em mente que o principal objetivo do projeto é implementar um sistema participativo, assim como a implementação de abordagens inovadoras em relação às estratégias de governança, é da maior relevância analisar a forma como os eventos extremos podem afetar as pessoas, e a forma diferenciada como os vários grupos nas comunidades são afetados, essencialmente no que se refere à vulnerabilidade social. Este é um aspeto complexo, dinâmico e variável em termos espaciais e temporais (Morss et al., 2011). Alguns autores defendem uma colaboração transdisciplinar porque lidar com os riscos climáticos e seus impactos implica necessariamente entender as preocupações relacionadas com o risco climático por parte da população (Döll & Romero-Lakao, 2017). Gerir os riscos climáticos pode ser uma forma de lidar com os eventos climáticos extremos (Yuan et al., 2017) que obriga à adoção de uma abordagem interdisciplinar e integrada.

 


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