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O presente artigo tem por objetivo analisar a complexa relação do planejamento, gestão do turismo e conflitos no território da Área de Proteção Ambiental – APA da Costa dos Corais (Pernambuco e Alagoas) - Brasil, pretende-se contribuir com a proteção do ambiente, o planejamento e a sustentabilidade, especialmente, a partir da governança ambiental e gestão desse espaço que tem sido alvo de políticas públicas e privadas para o fortalecimento e desenvolvimento do turismo. A área foi escolhida devida a grande relevância ecológica, pois se trata da maior Unidade de Conservação Federal Marinha do Brasil, possui mais de 400 mil hectares de área e aproximadamente 120 km de praias e mangues, considerada de uso sustentável, busca coadunar os objetivos de conservação/preservação ambiental, bem como usos direto (pesca) e indireto (turismo e pesquisa) dos recursos naturais de maneira sustentável. Os devidos usos do território, inclusive o turístico, têm contribuído para conflitos ambientais nas escalas local e regional que são derivados do ineficiente planejamento, da antagônica gestão do turismo, da deficiente aparelhagem técnica, bem como da baixa qualificação profissional. Os fatores mencionados favorecem para uma complexa relação do turismo no território, de modo que, as contradições e as oposições são materializadas nesse espaço, com isso contribuem para as desiguaidades socioespaciais e assim reverbera em conflitos no território turístico. Para a análise, inicialmente foi realizado um levantamento bibliográfico, observação de campo e entrevistas semiestruturadas nos órgãos públicos de proteção ambiental, associações ligadas ao turismo e a questão ambiental, instituições privadas pertencentes ao arranjo produtivo do turismo. São percebidos diversos conflitos frutos da diversidade de usos do território, mais também do antagonismo da dinâmica do planejamento e gestão desse espaço que corroboram para conflitos socioespaciais, dentre esses, destacam-se: a relação conflituosa entre os jangadeiros e a gestão da APA, a população local e o turista/segundo residência, a expropriação e supervalorização do solo, etc. Portanto, o artigo tem como conclusões preliminares que a governança do território turístico da APA da Costa dos Corais apresenta grande desarticulação entre as esferas governamentais, desconexões entre as políticas públicas e ineficiente envolvimento da população local na gestão do território.