XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

Tamanho Fonte: 
IDENTIFICAÇÃO E MONITORIZAÇÃO DE LAGOS TERMOCÁRSICOS COM RECURSO A IMAGENS MULTIESPECTRAIS
Pedro Freitas, Gonçalo Vieira, João Canário, Warwick Vincent

Última alteração: 2018-06-07

Resumo


O Ártico está em mudança acelerada devido à conjugação de vários fatores forçadores que resultam num mecanismo designado amplificação do Ártico (Arctic Amplification). O aumento da temperatura e da precipitação têm originado a rápida degradação do permafrost, cuja fronteira meridional se vai deslocando progressivamente para Norte. Este facto resulta em ameaças para as atividades humanas, alterações dos ecossistemas terrestres e novas dinâmicas dos fluxos de gases de efeito de estufa que ainda não são comtempladas em modelos climáticos globais. Alterações significativas têm afetado a fronteira tundra-floresta, registando-se a expansão das formações arbustivas e arbóreas. Atualmente, existe um grande hiato no conhecimento devido à não contemplação adequada de pequenos lagos termocársicos (com dezenas a centenas de m2), nos modelos climáticos globais, constituindo estes elementos muito importantes para o ciclo global do carbono e para a identificação do seu potencial de degradação. Estes lagos têm diferentes formas e composição química, contribuindo de forma distinta para o sistema climático global. São hotspots espalhados pelo Ártico e Subártico que favorecem a mobilização do carbono orgânico presente no solo e a passagem dos gases de efeito de estufa, com especial destaque para o metano, da criosfera para a hidrosfera e para a atmosfera. Recorrendo-se a imagens multiespectrais de muito alta resolução (13 cm), capturadas através de uma câmara multiespectral Sequoia introduzida num VANT Sensefly eBee e processadas através de software structure from motion, identificou-se o limiar mínimo de deteção dos lagos termocársicos em imagens multiespectrais dos satélites Landsat 8 e Sentinel-2. Conclui-se que o satélite Sentinel-2, regra geral, oferece correlações mais fortes com os dados de verdade de terreno, permitindo a monitorização de lagos termocársicos com dimensão superior a 350 m2. Demonstra-se que as imagens do satélite Sentinel-2 oferecem possibilidades sem precedentes para o estudo e monitorização das áreas onde o permafrost se encontra em estado de degradação. Utilizam-se ainda imagens WorldView 2/4 para o mapeamento regional dos lagos termocársicos, nomeadamente ao longo de 25 km2 no vale Sheldrake River (BGR) e no vale Kwakwatanikapistikw River (KWAK) a leste da Baía de Hudson no Subártico Canadiano, numa zona de permafrost descontínuo e esporádico, respetivamente. Procede-se ainda à utilização de imagens Sentinel-2 para o estudo e monitorização da variabilidade da cor dos lagos presentes nesses vales ao longo de uma escala temporal de um ano.

É obrigatório um registo no sistema para visualizar os documentos. Clique aqui para criar um registo.