XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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CONSTRUÇÃO DO MAPA DE SUSCETIBILIDADE A MOVIMENTOS DE VERTENTE EM PORTUGAL CONTINENTAL
José Luís Zêzere, Sérgio Cruz Oliveira, Susana Pereira, Ricardo A.C. Garcia, Raquel Melo, Teresa Vaz, Alexandre O. Tavares, Carlos Bateira, Pedro P. Santos, Bruno Meneses, Ivânia Quaresma

Última alteração: 2018-06-01

Resumo


A avaliação da suscetibilidade a movimentos de vertente para Portugal Continental apresentada neste trabalho baseia-se na exploração de três inventários de instabilidades: (1) inventário extraído da base de dados DISASTER, construída a partir de registos em jornais no período 1865-2010, constituído por 235 pontos representando movimentos de vertente que, independentemente do número de pessoas, causaram vítimas mortais, feridos, desaparecidos, evacuados ou desalojados; (2) inventário de 1421 pontos representando movimentos de vertente que foram reportados por jornais em Portugal durante o período 1865-2010 (incluindo a base de dados DISASTER), mas também outras ocorrências independentemente da magnitude das respetivas perdas; e (3) um inventário detalhado contendo 7387 movimentos de vertente representados por polígonos e datados de 1950 até 2015. Este último inventário foi produzido com fotointerpretação e trabalho de campo em 14 áreas de estudo selecionadas, distribuídas ao longo do país e cobrindo 11.547 km2 (13 % da superfície do país). Para efeitos de modelação, cada inventário foi considerado como um todo, não considerando o tipo de movimento.

Foram considerados sete fatores de predisposição: altitude, declive, índice de posição topográfica (TPI), litologia, tipo de solo, unidades ecológicas e água disponível (diferença entre precipitação e evapotranspiração potencial). A altitude, declive e TPI foram extraídos do modelo digital de elevação fornecido pela Agência Europeia do Ambiente, com pixel de 25m. A litologia foi derivada do Mapa Geológico de Portugal (escala de 1: 500.000) fornecida pelo Serviço Geológico Português. As 283 classes do mapa original foram reduzidas para 25 classes litológicas. O tipo de solo, as unidades ecológicas e a água disponível foram obtidos do Atlas Ambiental Digital de Portugal, na escala 1: 1 000 000. Todos os fatores de predisposição foram classificados e representados numa estrutura de dados matricial, com células de 25 m.

A suscetibilidade à ocorrência de movimentos de vertente foi avaliada utilizando o método estatístico do Valor Informativo. Para comparação e controle, foi também aplicada uma AHP (Analytic Hierarchy Process) aos fatores de predisposição para estabelecer pesos relativos baseados na escala de influência de Saaty. A ponderação dos fatores de predisposição foi realizada em duas etapas: primeiro, entre os fatores e, segundo, entre as diferentes classes de cada fator. No total, foram realizados 5 modelos de suscetibilidade a movimentos de vertente, que foram validados e comparados com as curvas de taxa de sucesso e taxa de predição.

Os resultados obtidos apontam dois modelos de suscetibilidade a movimentos de vertente como os mais confiáveis: o modelo produzido com a AHP e o modelo estatístico produzido com o método Valor Informativo e o inventário de movimentos de vertente (3) que é extrapolado com sucesso para a totalidade do território de Portugal.



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