XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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INFLUÊNCIA DA VEGETAÇÃO NAS VARIAÇÕES INTRAURBANAS DE TEMPERATURA
Helena Madureira, Ana Monteiro

Última alteração: 2018-06-06

Resumo


A procura de medidas de adaptação às mudanças climáticas tem sido um campo de pesquisa muito dinâmico nos últimos anos. O leque de medidas de adaptação é muito diverso, mas inclui invariavelmente ações relacionadas com os espaços naturais nas cidades. A natureza urbana é vista como uma das soluções para a adaptação às mudanças climáticas, contribuindo simultaneamente para desafios transversais como a conservação da biodiversidade, a saúde pública ou o bem-estar da população (Haase et al., 2014; Nesshöver et al., 2017). As evidências científicas sobre a contribuição das áreas verdes para a adaptação às mudanças climáticas têm-se concentrado em três fenómenos extremos: nas secas, nas precipitações extremas e, muito particularmente, no aumento da duração, frequência e intensidade de ondas de calor (Derkzen, van Teeffelen e Verburg, 2017; European Environment Agency, 2016; Geneletti e Zardo, 2016; Monteiro, Madureira e Gonçalves, 2017). De facto, os espaços naturais permitem reduzir a temperatura do ar e de superfície, pelo efeito da sombra e sobretudo da evapotranspiração, o que proporciona dois principais benefícios: a redução do uso de energia e o aumento do conforto térmico. No entanto, e apesar do alargado consenso sobre estes potenciais efeitos positivos, algumas críticas têm vindo a ser apontadas ao facto de estes serem geralmente enunciados e aplicados de forma genérica, e sem se ter em consideração o contexto climático regional de cada cidade, as variações climáticas intraurbanas, ou a contribuição diferenciada de cada tipo de área verde para a diminuição da temperatura urbana(Demuzere et al., 2014; Lambert-Habib, Hidalgo, Fedele, Lemonsu e Bernard, 2013). Neste artigo pretendemos avaliar a influência dos diferentes tipos de ocupação do solo nas temperaturas de superfície, numa abordagem multiescalar e sensível aos contextos climáticos intraurbanos, e tendo como referência o município de Vila Nova de Gaia. Para tal, recorremos à Carta de Uso e Ocupação do Solo de Portugal Continental e a imagens térmicas processadas a partir do Landsat-8. Os resultados permitem simultaneamente aprofundar o conhecimento sobre medidas de adaptação adequadas ao contexto específico de Vila Nova de Gaia e contribuir para a discussão sobre a aplicabilidade das medidas genéricas de adaptação difundidas na literatura científica e nas plataformas internacionais.

 

PALAVRAS-CHAVE: adaptação climática; áreas verdes urbanas; temperatura; ondas de calor


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