O crescimento populacional e a ampliação dos níveis de consumo per capita, sobretudo em cidades, gera um aumento da demanda por água e uma consequente pressão sobre os mananciais de abastecimento. Esta situação é ainda mais grave nos aglomerados urbanos, sobretudo em Regiões Metropolitanas (RM’s), dotadas de maior população, serviços e equipamentos que, consequentemente, demandam uma gestão mais complexa. Nesses espaços é importante que o estudo dos recursos hídricos aconteça de forma integrada pois, constituindo uma função pública de interesse comum, qualquer atividade ou serviço realizado por um determinado município isoladamente pode causar impacto nos outros municípios. Neste contexto, este trabalho objetiva analisar a gestão integrada dos recursos hídricos na Região Metropolitana de Goiânia (RMG), localizada no estado de Goiás, Brasil, sobretudo ao que tange aos sistemas de abastecimento de água. Para tornar possível a realização deste trabalho, foi realizada uma revisão bibliográfica enfocando os conceitos e o levantamento da legislação que envolve ambientes metropolitanos e mananciais de água. Dados censitários e quantitativos foram extraídos de bases oficiais, disponibilizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Sistema Nacional de Informações em Saneamento (SNIS) e Agência Nacional das Águas (ANA). O estudo de cunho analítico e descritivo dos dados e sua espacialização, possibilitou observar a clara tendência em investimentos em sistemas de captação subterrânea de água, método mais barato, uma vez que, por estarem mais protegidos de contaminação externa, demandam menos investimentos. Dos vinte municípios integrantes da RMG seis possuem sistema de abastecimento de água satisfatório (Caturaí, Nova Veneza, Terezópolis de Goiás, Santo Antônio de Goiás, Abadia de Goiás e Aragoiânia) e 14 necessitam de adequações aos sistemas vigentes. Os municípios Inhumas, Trindade, Goiânia, Senador Canedo, Bonfinópolis, Goianápolis e Nerópolis apresentam abastecimento de água acima de 90% e os municípios de Hidrolândia, Caldazinha, Brazabrantes apresentam os menores índices de abastecimento de água. Os sistemas produtores de água são, em geral, isolados e os municípios não possuem projetos que busquem a integração dos mesmos. A exceção de sistemas integrados está no Sistema Meia Ponte e Sistema Mauro Borges que abastecem Goiânia, Trindade e Aparecida de Goiânia.

Palavras-chave: Abastecimento de água; desenvolvimento integrado; Região Metropolitana