XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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MODELAÇÃO ESPACIAL DA TRANSMISSÃO DE DOENÇAS PARASITÁRIAS ASSOCIADAS A BIÓTOPOS DULÇAQUÍCULAS NA BACIA DO RIO GEBA, GUINÉ-BISSAU
Maria do Carmo Sequeira Nunes

Última alteração: 2018-06-15

Resumo


As infecções parasitárias provocadas por trematódeos (Platyhelminthes) em bovinos e em humanos (hospedeiros definitivos), respectivamente por anfistomas e Schistosoma spp., têm um grande impacto em produção animal e em saúde pública, em particular em ecossistemas dulçaquícolas tropicais, onde se podem encontrar moluscos gastrópodes, seus potenciais hospedeiros intermediários (Botelho et al., 2016; Rosa et al. 2002). Com o objectivo de avaliar o risco de transmissão daqueles parasitas associados a biótopos aquáticos efectuou-se a modulação espacial da informação recolhida na bacia hidrográfica do Rio Geba (Guiné-Bissau), numa área aproximada de 6175 km2. Numa primeira fase procedeu-se à implementação de um Sistema de Informação Geográfica (SIG), onde se integrou a informação obtida em 69 corpos de água sobre a presença/ausência de parasitas e de moluscos hospedeiros intermediários, características físico-químicas da água e enquadramento biofísico local, entre 2009 e 2012. Elaboraram-se mapas de corpos de água, obtidos a partir das imagens de satélite Landsat-TM (Nunes et al., 2012), bem como um mapa de probabilidades da distribuição de moluscos, estimado por procedimentos geoestatísticos (Nunes et al. 2013). A sobreposição desta informação geográfica com a da distribuição da população humana, variáveis ambientais e os dados de campo da presença/ausência de infecções em hospedeiros intermediários e definitivos permitiu obter um mapa de risco de ocorrência da transmissão de infecções por trematódeos. De acordo com este mapa as regiões de maior risco ocorrem em Bambadinca, Bafatá e Sonaco, no sector central da bacia do Rio Geba. Na generalidade, as regiões próximas destes corpos de água são frequentadas por animais (abeberamento e pastoreio) e pelas populações humanas, nas suas actividades profissionais (pesca e agricultura), no uso doméstico (lavagem de roupa e higiene pessoal, entre outras) e lúdicas (brincadeiras de crianças), facilitando a contaminação do meio aquático e incrementando a possibilidade de aquisição de infecções parasitárias nesse mesmo meio.

 


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