Última alteração: 2018-06-15
Resumo
O período de 2000 a 2015 foi marcado por dinamismos econômicos distintos, primeiramente por um crescimento contínuo da economia brasileira e paranaense e, em seguida, por perda de dinamismo, reflexos das crises econômica e política. Neste período, a variação da população do Estado do Paraná foi de 16,7% (nas microrregiões ficaram entre 32,1% e -12,1%), enquanto a variação do emprego total para o Estado foi de 88,3%, com nenhuma microrregião apresentando diminuição do total de empregos (com variações entre 52,0% e 176,6%). Mas, quais as microrregiões que perderam população e quais foram as que apresentaram maior dinamismo do emprego? Qual foi o impacto nas suas estruturas produtivas? É neste contexto que o objetivo deste trabalho é analisar a importância dos setores com maior intensidade de tecnologia e conhecimento no dinamismo e na transformação espacial da estrutura produtiva das microrregiões do Estado do Paraná (Brasil) entre 2000 e 2015. Na metodologia utilizou-se indicadores de análise regional (o Quociente Locacional, o Coeficiente de Reestruturação, dentre outros), e também o método shift-share, com uma nova proposta de cálculo, para verificar se foram fatores endógenos ou exógenos os responsáveis pelo dinamismo diferenciado e pelas transformações estruturais ocorridas. Em ambos, utilizou-se o emprego como variável, agregados por graus de intensidade de tecnologia e conhecimento, de acordo com a OECD/Eurostat. As principais características relacionadas com a distribuição das atividades econômicas no espaço, bem como com os principais elementos que influenciaram no dinamismo e desenvolvimento regional formam o componente teórico utilizado. Os resultados mostraram que os subsetores dos Serviços Pouco Intensivos em Conhecimento (SPIC), dos Serviços Intensivos em Conhecimento (SIC) e das Indústrias de Baixa Tecnologia (IBT) foram os mais importantes na geração de empregos para a Macrorregião, mas foram os subsetores com maior tecnologia e conhecimento que apresentaram as maiores variações percentuais. Na distribuição espacial, quanto maior a tecnologia e o conhecimento do setor, maior a concentração. Uma característica nova para o Estado é que esta concentração ocorreu em regiões periféricas, demonstrando um novo comportamento locacional e reestruturações produtivas significativas. As regiões menos dinâmicas, aquelas que estão menos integradas e que apresentam menor relevância para a economia estadual, continuam com os subsetores da Agropecuária, das IBT e dos SPIC como os mais importantes em suas estruturas produtivas. Outro resultado relevante é o papel das características endógenas no dinamismo da Agropecuária, das IBT e dos SPIC. Enquanto as influências exógenas foram, de forma geral, as mais relevantes nos subsetores com maior intensidade de conhecimento e de tecnologia. Estes resultados demonstram que o planeamento regional no Paraná deve levar em consideração esses elementos diferenciadores entre as microrregiões, assim como a importância de se investir em fileiras produtivas microrregionais já consolidadas, mas também nos setores que exigem maior conhecimento e tecnologia, sendo estes últimos o maior desafio para o Estado do Paraná.