XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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EMIGRAÇÃO PORTUGUESA CONTRIBUTO PARA UMA GEOGRAFIA DOS RETORNOS
pedro candeias

Última alteração: 2018-06-06

Resumo


Esta comunicação tem como objetivo analisar o regresso de emigrantes portugueses no século XXI, tendo em conta a sua distribuição pelo território nacional, as suas caraterísticas individuais e os seus impactos a nível demográfico, social e económico.

Teoricamente, os dados são analisados com base nas teorias do retorno, e especialmente na literatura sobre os impactos deste a nível regional. O tema que não é novidade, gozou de elevada notoriedade nos anos 1980 (e.g. King 1986). Em Portugal, a temática também conheceu relevância no mesmo período (e.g. Silva et al. 1984), voltando a ser objeto de análise em trabalhos posteriores (e.g Martins, 2003) que se preocupam com o modo como os migrantes podem contribuir para o desenvolvimento de regiões periféricas. No contexto atual, dado o crescente peso da emigração em alguns países europeus, de que Portugal é exemplo, e o retorno potencial que lhe está associado, justificado por alguns autores com a existência de uma migração de caráter “líquido” (Bygnes & Erdal 2016), emerge um novo interesse sobre os impactos do retorno (e.g. Nadler et al. 2016), não só ao nível do conjunto dos países, mas também no que concerne às regiões. De resto, alguns dos programas vocacionados para estimular a aplicação das poupanças dos emigrantes em projetos de desenvolvimento, como acontece com o paradigmático “3 por 1” do México, têm uma clara componente regional que não pode ser dissociada das questões do regresso, potencial ou efetivo. É nestas referências e perspetivas de abordagem que este trabalho se insere.

Metodologicamente, recorre-se a dados do Censo de 2011, tendo sido isolados os residentes nascidos em Portugal que declararam que residiram por mais de um ano fora do país e que regressaram após 2001. Os dados têm como unidade de análise o concelho. São tidos em conta os valores absolutos dos regressados por concelho, o seu peso na população residente, uma distribuição por escalões etários, a sua escolaridade bem como os principais países dos quais regressaram.


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