XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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MOBILIDADE URBANA E ATIVIDADE FÍSICA - UM CONTRIBUTO PARA AS CIDADES SAUDÁVEIS
Ana Louro, Nuno Marques da Costa

Última alteração: 2018-06-01

Resumo


No movimento “Cidades Saudáveis” promovido pela Organização Mundial da Saúde destaca-se a importância da atividade física para uma boa condição de saúde e qualidade de vida (DGS/Ministério da Saúde, 2017), influenciada ainda pelos determinantes da saúde (biológicos, sociais e ambientais físicos) (AGAP, 2017). A atividade física apresenta diversos níveis de intensidade: “leve”, onde se inclui o andar a pé, “moderado”, com a prática de algumas atividades de lazer, e “vigoroso”, através da prática desportiva (Haskell et al., 2007; OMS, n.d.). Neste contexto, a forma como nos deslocamos na cidade pode contribuir diretamente para a atividade física, ideia já patente no Livro Verde da Atividade Física (ONAFD, 2011), em especial no eixo “Transporte, ambiente, planeamento urbano (…)” que incide sobre as deslocações pedonal e de bicicleta. O presente trabalho analisa o comportamento de 408 famílias distribuídas por 11 freguesias de diferentes contextos urbanos da AML, obtido através de inquérito (2016), em torno de dois objetivos: 1) compreender os padrões de mobilidade das famílias para deslocações pendulares e não-pendulares com recurso aos modos suaves, representativo do nível de execução de atividade física de intensidade “leve”; e 2) relacionar tais padrões às características específicas dos inquiridos. Destaca-se assim que em 19% dos agregados todos ou a maioria dos indivíduos do agregado realiza a deslocação pendular por modos suaves, enquanto 83% desloca-se assim para a mercearia, 72% para jardins ou parques infantis e 47% para o banco. Este aspeto ganha importância quando se regista uma prática diminuta de atividades físicas mais exigentes (quer de intensidade física moderada (44%) quer vigorosa (29%)). Interessa ainda associar o padrão de mobilidade a variáveis como o rendimento, a posse de automóvel, a tipologia do agregado, o destino das deslocações ou a avaliação da saúde e qualidade de vida. Considerando, assim, que a mobilidade suave pode contribuir ativamente para a realização de atividade física, esta relação torna-se importante no seio do movimento “Cidades Saudáveis” pelo potencial de ação na saúde e qualidade de vida dos indivíduos, mais concretamente com a prevenção de doenças e redução de stress, fortalecimento do sentimento de pertença à comunidade e melhor qualidade ambiental fruto da redução dos veículos motorizados e sua emissão carbónica.

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